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Juiz-forana de 17 anos é a mais jovem a entrar na lista da Forbes 2023

Millena Xavier, reconhecida pela Forbes
Millena Xavier trocou Juiz de Fora por Viçosa, para estudar no Coluni (Foto: Divulgação)
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Com apenas 17 anos, a juiz-forana Millena Xavier se tornou a pessoa mais jovem a entrar para a lista Forbes Under 30 na edição de 2023 e uma das cinco mais novas da história da Forbes Brasil. Desde 2014, a lista da revista “Forbes” seleciona empreendedores, criadores e game-changers de até 30 anos que se destacaram ao revolucionar negócios e transformar o mundo. A estudante mineira recebeu o reconhecimento na categoria Ciência e Educação por ter desenvolvido uma plataforma de inteligência artificial na área da educação voltada para alunos que querem se engajar em olimpíadas científicas.

Em novembro de 2020, Millena criou o projeto social Prep Olimpíadas, com o objetivo de democratizar o acesso às olimpíadas científicas no Brasil e mostrar aos estudantes a diversidade de olimpíadas que o país oferece para além das competições de matemática. Até o momento, mais de 60 mil jovens em vulnerabilidade social foram impactados pela versão on-line do projeto, além das ações presenciais, nas quais os embaixadores dão palestras nas instituições de ensino. No total, 200 escolas já participaram da iniciativa, o que representa 7 mil espectadores.

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Das olimpíadas à Forbes

O interesse pela modalidade surgiu quando Millena assistiu, pela primeira vez, a uma cerimônia de premiação da Olimpíada Científica de Astronomia em uma escola municipal de Juiz de Fora, onde sua mãe trabalhava. Desde lá, ela começou a estudar para as provas e pediu para a professora da sua antiga escola a inscrever, mas, como não teve apoio, decidiu seguir por conta própria. A jovem conquistou 38 premiações em olimpíadas, totalizando seis ouros nas Olimpíadas Brasileiras de Tecnologia, Informática, Inteligência Artificial e Ciência.

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“Quando eu comecei a estudar para as Olimpíadas, percebi que o problema que eu enfrentei em não ter o apoio da minha escola antiga era um problema que muitas pessoas tinham. Fiz uma pesquisa que mostrou que quase 79% dos alunos não tinham o apoio da escola. Em contato com essas pessoas que estudavam sozinhas pela internet, eu vi que as maiores dificuldades eram o acesso a materiais e informações sobre como se inscrever nos eventos. Além disso, muitos deles não tinham noção dos benefícios que as olimpíadas oferecem, como o uso da premiação para entrar em universidades no Brasil, como USP e Unicamp, e no exterior também”, explica a estudante.

Dentro desse projeto, outras ações ganharam força, como a Olimpíada Obafro, que visa proporcionar um espaço inclusivo para discutir questões relacionadas à raça e à diversidade, visando à conscientização e promoção da igualdade racial no país. O evento é gratuito e on-line e já alcançou 46 escolas parceiras e 20 mil participantes. Recentemente, Millena também ganhou R$ 30 mil para investir na Prep Olímpiadas e uma viagem para Nova York após conquistar o primeiro lugar do prêmio Jovens Visionários Prudential, que busca incentivar jovens cientistas e empreendedores.

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IA para diagnosticar autismo

Millena Xavier se mudou para Viçosa para estudar o ensino médio no colégio Coluni, em busca de conseguir mais apoio para se preparar para as olimpíadas. Com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ela criou um software para capacitar médicos com ferramentas de ponta para detecção precoce do autismo. Com base em algumas perguntas, a plataforma de IA indica a probabilidade de uma criança, adolescente ou adulto ter autismo. O projeto foi selecionado para representar a delegação brasileira na Conferência Internacional de Jovens Cientistas, que irá acontecer em abril na Turquia.

Millena aprendeu inteligência artificial depois de estudar on-line, durante 12 semanas, na Universidade de Toronto, no Canadá, com bolsa de 100%. Em julho de 2022, ela conseguiu uma vaga no programa da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, para meninas na computação, também de forma remota. “Eu percebi que nunca é cedo demais, ou tarde demais, para começar. Você sempre pode fazer algo com as ferramentas que você tem. Eu comecei do zero e nunca pensei que as Olimpíadas poderiam me levar à Forbes e ao prêmio.”

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