Um a cada quatro passageiros pegou ônibus em Juiz de Fora de forma gratuita no mês de outubro, de acordo com o relatório de demanda do transporte público do mês, divulgado nesta quinta-feira (30). No primeiro mês de ônibus de graça aos domingos e feriados, 7.399.046 pessoas utilizaram o transporte público na cidade. Esse é o maior número de passageiros desde o período pré-pandemia, quando foram 7.823.023 em dezembro de 2019.
Dos quase 7,4 milhões de passageiros do último mês, 1.744.760 utilizaram o serviço de forma gratuita, o que representa 26,4% do total, segundo o Portal da Transparência. Nas contas da reportagem, todavia, esse número seria de 23,5%. Nos últimos dez anos, desde quando os dados são disponibilizados no Portal da Transparência da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), nunca tantas pessoas puderam usufruir do transporte público gratuitamente em um mês. O maior registro anterior era de outubro de 2019, quando 1.372.989 não pagaram a passagem, que ainda era de R$ 3,35 na época. Já os dez meses com a maior porcentagem desses usuários são todos do ano de 2023.
Projeto de monitoramento de custos
Em março de 2022, a PJF publicou um convênio firmado com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no valor de R$ 570.867,30. O Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt UFJF) divulgou que o objetivo era “desenvolver um sistema computacional para monitoramento e controle do fluxo contábil-financeiro e operacional do sistema de bilhetagem e dos custos operacionais da Concessionária na prestação de serviços”.
O prazo de vigência estabelecido era de 13 meses. Após o término, em abril de 2023, a PJF publicou um termo de aditivo ao convênio, com o acréscimo de R$ 80.211,28 e mais seis meses. O projeto, que já custou R$ 651.078,58 aos cofres públicos, teve a vigência terminada no dia 7 de outubro deste ano, mas ainda nenhum resultado divulgado.
A Tribuna entrou em contato com a PJF e o Critt, questionando se haveria algum resultado que já pudesse ser repassado ou um prazo para a divulgação de todo o plano, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Outro questionamento feito à PJF foi com relação a uma possível influência que o recorde no uso gratuito poderia exercer no acréscimo de subsídios ao transporte público, que já totalizam R$ 102 milhões.
O Consórcio Via JF, responsável pela operação dos ônibus na cidade, foi questionado sobre as intenções de aumento ou reformulação das frotas em função dos recordes, mas também não enviou resposta até o fechamento desta edição.