O governo de Minas Gerais confirmou na noite desta sexta-feira (25) que pelo menos sete pessoas morreram atingidas pelo rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ainda não há identificação das pessoas que morreram. Segundo informações oficiais, foram retiradas nove pessoas com vida da lama e cerca de 100 pessoas ilhadas foram resgatadas. Dados repassados pela Vale ao governador de Minas, Romeu Zema (Novo), indicaram que havia 427 pessoas no local – e 279 foram resgatadas vivas.
Segundo o governo, são cerca de 150 pessoas desaparecidas vinculadas à empresa. Quase 100 bombeiros foram deslocados para a região para buscar pessoas desaparecidas. O contingente, segundo o governo de Minas Gerais, será dobrado a partir da madrugada deste sábado, 26.
‘Dano humano será maior’
Em entrevista nesta sexta-feira, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, se disse “arrasado”. “Dessa vez o dano ambiental será muito menor que em Mariana, mas o humano será maior”, disse Schvartsman, recém-chegado de Davos, na Suíça. Ele se refere ao rompimento de uma barragem da Samarco em Mariana (MG), em novembro de 2015. A lama atingiu o distrito de Bento Rodrigues, matando 19 pessoas.
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De acordo com a empresa proprietária da barragem, um número 0800 para envio de informações sobre pessoas desaparecidas na região será criado. Segundo a Copasa, não há risco de desabastecimento de água na região metropolitana da capital.
O acidente aconteceu na altura do km 50 da Rodovia MG-040. Os bombeiros enviaram equipes com policiais civis e militares, com enfermeiros e medicamentos, além de cinco aeronaves e um helicóptero. Também foram acionados militares do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad).
Semad-MG diz que barragem estava licenciada
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais afirmou, em nota, que a barragem da Mina do Feijão estava devidamente licenciada. Em dezembro, a empresa obteve “nova licença para o reaproveitamento dos rejeitos dispostos na barragem e para seu descomissionamento (encerramento de atividades)”.
Segundo o comunicado da Semad, a barragem não recebia rejeitos desde 2014 e tinha estabilidade garantida pelo auditor, conforme laudo elaborado em agosto de 2018. “As causas e responsabilidades pelo ocorrido serão apuradas pelo Governo de Minas”, diz a nota.
A secretaria ainda informou que foi comunicada pela Vale às 13h37 sobre o rompimento da Barragem I de Contenção de Rejeitos da Mina do Feijão. Segundo dados da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Minas Gerais tinha 698 barragens cadastradas em 2017, desse total 22 eram consideradas de risco. Isso significa que essas estruturas apresentaram estabilidade “não garantida pelo auditor” ou “o auditor não concluiu sobre a situação de estabilidade por falta de dados e/ou documentos técnicos”.
Inhotim
O Inhotim informou que as instalações do museu não foram atingidas e que, “em solidariedade ao município e a todos os atingidos”, não vai funcionar neste fim de semana. A data de reabertura ainda será divulgada.