CNBB reprova ‘exploração da fé e religião’ durante 2º turno
òrgão afirmou que a manipulação religiosa “desvirtua valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que precisam ser debatidos e enfrentados no País”
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamentou o uso da religião como forma de angariar votos no segundo turno. Por meio de nota divulgada nesta terça-feira (11), a CNBB afirmou que a manipulação religiosa “desvirtua valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que precisam ser debatidos e enfrentados no País”.
Sem mencionar candidatos, a organização reprova o uso de “momentos especificamente religiosos” por candidatos “para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições”. “Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral”, afirma.
O Estado brasileiro é laico. A Lei das Eleições (Lei 9.504/97), inclusive, proíbe a veiculação de propaganda eleitoral em templos religiosos.
No último sábado (8), o presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de uma romaria fluvial em celebração ao Círio de Nazaré, em Belém, no Pará. O percurso é uma das 13 procissões que integram a festividade, em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré. A Arquidiocese de Belém, responsável pela organização do evento, disse não ter convidado “qualquer autoridade seja em nível municipal, estadual ou federal” para o Círio e que não deseja e nem permite “qualquer utilização de caráter político ou partidário das atividades do Círio”.