O presidente Jair Bolsonaro iniciou seu segundo discurso do dia, agora na Avenida Paulista, diante de milhares de apoiadores. Ele começou citando Deus e dizendo que passou por meses difíceis, nos quais recebeu muitas cobranças. Segundo ele, o momento demandou cautela.
“Tinha de esperar um pouco mais para que a população fosse se conscientizando do que é um regime ditatorial. Pior do que o vírus foram as ações de alguns governadores e prefeitos”, disse, novamente criticando políticos que optaram por seguir as orientações da ciência relacionadas, especialmente, ao distanciamento social e uso de máscara.
Diante de apoiadores pedindo “liberdade”, Bolsonaro diz que defende a democracia, mas que não pode aceitar participar de uma “eleição que não oferece qualquer segurança”. Sem mencionar nominalmente o ministro Luís Roberto Barroso, disse ainda que o sistema eleitoral não pode ser definido por uma única pessoa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Não posso mais participar de uma farsa patrocinada pelo presidente do TSE.”
‘Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso’
Já no fim de seu discurso, Bolsonaro voltou a falar de reeleição e disse que só deixa o cargo se for a vontade de Deus. Aos apoiadores, afirmou: “Nesse momento, eu quero mais uma vez agradecer a todos vocês. Agradecer a Deus, pela minha vida e pela missão, e dizer aqueles que querem me tornar inelegível em Brasília que só Deus me tira de lá.”
Em seguida, o presidente afirma que há três opções para o seu futuro político. Disse que pode ser “preso, morto ou sair com a vitória”. E completou na sequência: “Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso.”
Durante o seu discurso, o presidente também fez novos ataques ao Poder Judiciário e especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Disse que não vai mais admitir ordens do ministro, que comanda o inquérito dos atos antidemocráticos e das fake news.
“Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa Constituição Federal. Ele teve todas as oportunidades para agir com respeito a todos nós, mas não agiu dessa maneira como continua a não agir”, afirmou.
Em Brasília
Pela manhã, Bolsonaro fez um pronunciamento mais curto em Brasília, onde chegou a dizer que não aceitará que qualquer autoridade passe por cima da Constituição usando a força do poder.
A apoiadores que compareceram à Avenida Paulista, o presidente salientou que o seu governo incomoda “alguns de Brasília” pelas mudanças que começou a fazer. “Com vocês, nós colocaremos o Brasil em local de destaque”, afirmou Bolsonaro aos manifestantes.