A média móvel de óbitos por Covid-19 ficou em 1.361 nesta quinta-feira (4), o maior patamar já registrado em toda a pandemia. Na prática, por considerar sete dias, significa que 9,5 mil pessoas morreram na última semana pela doença no Brasil. A marca foi atingida no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro disse que “chega de frescura e mimimi” “Vão ficar chorando até quando?”, indagou em evento que participou em Goiás.
A quantidade de pessoas que morreram em 24 horas em decorrência do coronavírus foi de 1.786, de acordo com dados divulgados pelo consórcio de veículos de comunicação. Com o número, o país chega a um total de 261 188 óbitos. E os dados do consórcio mostram ainda que o Brasil registrou 74.285 novos casos da doença em 24 horas, chegando a um total de 10.796.506 diagnósticos confirmados.
Mesmo na semana com os piores números da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro reiterou que é preciso “enfrentar o problema de peito aberto” e parar de “frescura”. Bolsonaro ainda voltou a apelar para que governadores e prefeitos não adotem medidas restritivas e disse que gostaria de ter o poder para definir a política de enfrentamento ao vírus.
Reações
Nesta quinta-feira, um grupo de 14 governadores enviou carta ao presidente cobrando a “imediata adoção de providências necessárias” para viabilizar a compra de vacinas contra a Covid-19. Dizem que os estados estão envidando todos os esforços para enfrentar o aumento de casos e mortes pelo coronavírus, mas estão “no limite de suas forças e possibilidades” e cobram do Governo que aja com celeridade.
Já o Ministério Público Federal, por meio de procuradores de 24 Estados e do DF, assinou recomendação ao Ministério da Saúde para que adote com urgência, em todo o território nacional, medidas para conter a transmissão do coronavírus. Querem que o ministério comandado por Eduardo Pazuello “formule uma matriz de risco objetiva, baseada em critérios técnicos, que sirva para a adoção de medidas de distanciamento social, de acordo com a situação epidemiológica e a capacidade de atendimento de cada localidade”.