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Como adaptar a casa para o bem-estar dos idosos

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Instituição de longa permanência para idosos está sendo construída pela Associação Metodista de Ação Social (Amas/JF) (Foto: Olavo Prazeres)
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A cada ano o brasileiro está vivendo mais, o que impacta diretamente em uma série de ações que precisam ser feitas para que a terceira idade possa ser desfrutada de forma saudável e acessível, principalmente dentro de casa. “A casa do idoso deve não somente permitir que ele realize todas as atividades que deseja, mas também ser um lugar com o qual ele se identifique. Ser o seu lar”, destaca Emmanuel Pedroso, pesquisador e líder do ID – Grupo de Estudos sobre o Indivíduo Idoso da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Juiz de Fora (FAU/UFJF).

Mas a realidade, segundo Emmanuel, não é bem esta. As famílias não se preparam para o envelhecimento do ente querido, ou até mesmo delas próprias, tornando as residências, com o passar dos anos, em espaços hostis para a terceira idade. O pesquisador explica que a casa precisa ser acessível e, ao mesmo tempo, favorecer a manutenção dos laços afetivos da pessoa com o ambiente. Portanto, é necessário eliminar barreiras físicas para evitar acidentes, como quedas, sem perder a disposição de objetos pessoais escolhidos pelo idoso, que muitas vezes foram obtidos por ele ao longo da vida e são dotados de significado. Geralmente ficam em estantes, mesas e paredes.

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Locais perigosos, como escadas, banheiros e cozinhas, devem ser acompanhados de ações que reforcem a segurança, como uso de materiais adequados. Existem normas técnicas que devem ser seguidas, como a NBR 9050 de 2015 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que dispõem sobre acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

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Pisos nas residências de idosos precisam ser antiderrapantes e, de preferência, em cores únicas ou complementares (Foto: Olavo Prazeres)

Para cada problema, uma solução

Muito do que se vê em lares e abrigos para idosos pode ser facilmente instalado em casa, como é o caso do Abrigo Santa Helena e da Instituição de Longa Permanência para Idosos que está sendo construída pela Associação Metodista de Ação Social (Amas/JF) no Recanto dos Lagos, com previsão de inauguração em 2019, e terá capacidade para abrigar até 80 idosos. Em ambos os espaços, os ambientes possuem o mínino de barreiras para evitar o comprometimento do trânsito dos seus assistidos. Quartos e áreas comuns não possuem muitos móveis espalhados, e nas paredes há corrimões.

Em escadas, a ABNT determina que a instalação do corrimão tenha 92cm de altura, mas, caso ele seja instalado em rampas, o corrimão deve possuir duas alturas, sendo a inferior a 70cm e a superior de 92cm em relação ao piso. Já a distância do corrimão em relação à parede deve ser, para área interna, de 4cm, e para área externa de 10cm .No caso de degraus nas escadas, devem ser coladas faixas antiderrapantes na beirada de cada um deles.

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Outro detalhe, de acordo com Emmanuel Pedroso, está no chão. Deve-se aplicar piso antiderrapante e, de preferência, na mesma paleta de cores ou em um tom único, além de eliminar tapetes, fios soltos ou todo e qualquer tipo de obstáculo. “A iluminação tem que ser forte e uniforme; as maçanetas das portas, de preferência, em formato de alavanca; e móveis com cores contrastantes com pisos e paredes. Os corrimões, tanto em escadas e rampas, devem ser firmes e dotados de bordas arredondadas”, orienta.

Em áreas molhadas, como nos banheiro,barras de apoio devem ser colocadas na separação entre a pia e o vaso sanitário e dentro do box. Conforme a ABNT, a largura mínima do box deve ser de 80cm, e o desnível em relação ao piso do banheiro deve ser de 1,5cm. Dentro dele, se faz necessário incluir um banco de banho fixo, com largura mínima de 0,45cm, e deve ser instalado a 0,46cm do chão. O vaso sanitário também deve ser colocado a uma altura de 10cm do piso, ficando mais alto do que nos banheiros tradicionais. “A cidade também deve atender as demandas da pessoa idosa, o que infelizmente não acontece em muitos casos”, ressalta.

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Corrimão fixo ajuda o idoso a se locomover com mais segurança (Foto: Olavo Prazeres)

Oficina discute adequação das casas

O Dia Municipal do Idoso é comemorado na próxima quarta-feira (9) em Juiz de Fora. A data se repete há 11 anos e, desde então, entidades ligadas à terceira idade buscam promover ações para levantar pautas que beneficiem e promovam qualidade de vida aos idosos da cidade. Entre os dias 7 e 11 de maio, a Comissão Permanente de Defesa dos Direitos dos Idosos da Câmara Municipal promove a Semana Municipal do Idoso, que traz para a população uma série de atividades, como a que acontece no Pró-Idoso na terça-feira (8). É a oficina “O ambiente do idoso”, conduzida por Emmanuel Pedroso. A ação visa abordar questões relacionadas à casa e à cidade, sob a ótica da adequação às demandas da pessoa idosa.

A oficina, com 60 vagas, é gratuita. Segundo o pesquisador, é uma oportunidade para que os idosos possam debater suas dificuldades com uma equipe de arquitetos e urbanistas, além de alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, e avançar para que as residências, e a cidade como um todo, sejam mais receptivas aos idosos. O evento acontece das 8h30 às 10h30 no Pró-Idoso (Rua Espírito Santo, 434, Centro). Os interessados devem entrar em contato com a entidade por meio do telefone 3313-4734.

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Foto: Olavo Prazeres

 

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