Música é quase onipresente: ouve-se em qualquer lugar e em qualquer situação. Entre as tantas, o difícil é decidir qual será a próxima. Mas o mais interessante são as descobertas que nunca acabam e as surpresas que surgem com elas: alguns choram, outros arrepiam, muitos dançam. Conhecer e acompanhar os artistas da nossa região faz surgir uma outra sensação que é a de pertencimento e entendimento – além, é claro, do orgulho – porque, mesmo intrinsecamente, a terra faz parte do que se canta. A nova geração de músicos traz potência, força e ainda transita entre os tantos gêneros influenciados por aqueles que fizeram com que todo o movimento musical fosse reconhecido mundo afora. As cenas artísticas das cidades mineiras não param de crescer graças ao incentivo, à escuta e divulgação principalmente dos conterrâneos. É pensando nisso que a Tribuna listou cinco novas vozes femininas da Zona da Mata e Campos das Vertentes para ouvir e acompanhar. Como não cabem todas em um único espaço, fica a sugestão para conhecer as tantas que movimentam o cenário da região.
Carla Sceno (Viçosa)
Carla Sceno foi semifinalista da última edição do The Voice Brasil. Apesar de interpretar clássicos no programa, a viçosense é também compositora e traz influências do jazz na própria voz. Recentemente, lançou uma série de vídeos de interpretações de outros clássicos de mulheres lendárias, como Nina Simone e Carole King – mas tudo em uma voz única e madura que, apesar de fazer referência, instaura uma nova percepção. Multi-instrumentista e astróloga, Carla Sceno disse na semifinal que, no palco, representou, também, os tantos outros artistas de Viçosa.
Natália Vargas (São João del-Rei/Juiz de Fora)
Nathália Vargas é de Juiz de Fora, mas se radicou em São João del-Rei. Chama atenção pela voz doce e forte, em conjunto, certeira. Nas interpretações publicadas em seu canal no YouTube, nota-se um registro único que, inclusive, se repete em suas composições, além de referências de tantos ritmos e povos latino-americanos. É leve de ouvir e atinge onde tem que se atingir. No chamado “Espetáculo desenredo”, Natália ocupa o espaço com sua voz, acompanhada de poucos instrumentos e outras vocais. No “Nasce a cada dia”, um concerto cênico, a cantora e o palco se entrelaçam, juntamente com a banda. Todos esses registros e outros estão disponíveis no YouTube da cantora.
Lavínia Chehuen (Ubá)
Lavínia Chehuen é de Ubá e, recentemente, lançou o single “Moreno”. Pelo seu Instagram, a cantora publica também suas outras composições, todas acompanhadas pelo seu violão. As músicas propõem uma mistura entre alguns gêneros, como o folk e o pop, e vão de encontro ao que hoje é lançado no mainstream – ou seja, a tendência do mercado musical brasileiro. Apesar de nova e iniciante na carreira, Lavínia já se lança profissionalmente com assinatura e com características de uma futura ascensão que dá gosto acompanhar – não é à toa o movimento certeiro em suas redes sociais.
Isis Ferreira (Barbacena)
Isis Ferreira é cantora e compositora, potente, que canta o que vive. Formada pela Bituca, Universidade de Música Popular de Barbacena, a artista ainda não tem trabalhos gravados e é por isso que, em 2019, gravou o projeto En Vivo – uma parceria entre o El Niño Estúdio e Laboratório Criativo e o Espaço Nave – em São João Del Rei. A série de vídeos, disponível no Youtube, conta com algumas interpretações e suas composições. Em entrevista ao projeto, Isis conta que escolhe seu repertório a partir de suas vivências – e isso fica nítido nas apresentações.
Luma Schiavon (Rodeiro)
Com seu recém-lançado “Minha lucidez é minha ruína”, Luma Schiavon canta a juventude, com voz doce e, ao mesmo tempo, forte. A carreira começou aos 16 anos, em Rodeiro, sua cidade natal, como contou em entrevista recente à Tribuna. Compositora de todas as cinco músicas do novo EP, Luma se encaixa naquilo que hoje é chamado de Nova MPB: uma renovação da música brasileira, mas regada de influências daqueles que abriram espaço para o agora. Sua música “Valsa do adeus” ganhou um clipe intimista que encaminha a seu universo e a uma liberdade que, em tempos de pandemia, é tão valorizada.
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