O vulcão Uturuncu, nos Andes bolivianos, voltou a chamar a atenção de cientistas do mundo todo. Mesmo sem entrar em erupção há cerca de 250 mil anos, ele começou a emitir sinais de atividade. Tremores e liberação de gases despertaram o interesse da comunidade científica, que passou a investigar o que acontece sob a superfície.
Desde os anos 1990, medições feitas por satélite e GPS detectaram uma deformação incomum no solo ao redor do vulcão. A região central está se elevando, enquanto áreas próximas afundam, criando um formato apelidado de “sombrero”. Essa elevação ocorre a uma taxa de até 1 centímetro por ano, o que indica movimentação geológica significativa.
Cientistas buscam entender o fenômeno
Pesquisadores de países como Estados Unidos, Reino Unido e China se uniram para estudar o vulcão. Eles usaram ferramentas como análise de rochas, modelos físicos e sismologia para investigar o que acontece no subsolo. A equipe identificou que o movimento de magma e gases sob a cratera está por trás dos tremores e deformações registradas.
O Uturuncu está localizado acima do maior corpo de magma conhecido na crosta terrestre. Se houvesse uma erupção, os danos poderiam ser severos, com riscos para as populações próximas. Apesar disso, os especialistas consideram baixa a probabilidade de uma explosão no curto prazo. Ainda assim, o monitoramento constante é essencial para garantir a segurança da região.
Para entender melhor a estrutura do vulcão, os cientistas usaram uma técnica parecida com exames de imagem médica. Ondas sísmicas foram usadas para mapear o interior do solo. Com isso, foi possível identificar caminhos por onde líquidos e gases se movem e se acumulam em reservatórios logo abaixo da cratera.
Descobertas ajudam a prever riscos e entender vulcões
As informações obtidas explicam as deformações observadas na superfície. Além disso, mostram como a união de diferentes métodos pode ajudar a entender melhor o comportamento de vulcões. Essa abordagem pode ser aplicada em outras regiões com risco geológico.
As técnicas utilizadas no Uturuncu podem ser adaptadas para mais de 1.400 vulcões ativos no planeta. Também servem para monitorar vulcões considerados inativos, mas que apresentam sinais de movimentação. O avanço da pesquisa nessa área é essencial para antecipar erupções e reduzir riscos para populações e ecossistemas.
O caso do Uturuncu mostra como a ciência pode ajudar a desvendar fenômenos naturais e proteger vidas. Com vigilância constante e uso de tecnologia de ponta, é possível entender melhor o funcionamento dos vulcões e agir de forma preventiva diante de possíveis ameaças.