Nos Estados Unidos, restaurantes de alto padrão estão reinventando o uso do caviar, uma iguaria tradicionalmente associada ao luxo e à exclusividade. De acordo com o Observatório Europeu do Mercado de Produtos da Pesca e Aquicultura, o preço médio de um quilo de caviar importado pelos EUA caiu de US$ 440 (cerca de R$ 2.589) em 2014 para US$ 240 (R$ 1.412) em 2020.
Vale mencionar que queda nos preços, impulsionada principalmente pela produção em larga escala na China, tornou o produto mais acessível e ampliou sua presença nos menus contemporâneos.
O resultado é um novo movimento gastronômico: pratos com caviar em versões inusitadas, como nuggets de frango cobertos com ovas de esturjão, hot-dogs gourmet ou tortinhas de uma só mordida.
O restaurante Coqodac, em Manhattan, tornou-se um exemplo dessa tendência, oferecendo nuggets por US$ 28 (R$ 164,81) cada, que, apesar do valor elevado para um lanche, representam um ponto de entrada para consumidores que querem experimentar o luxo em pequenas doses.
Produção chinesa amplia acesso ao caviar
É importante mencionar que a ascensão da aquicultura chinesa contribuiu diretamente para a popularização do caviar. Países como os Estados Unidos passaram a importar grandes volumes de ovas cultivadas na China, onde os baixos custos de produção e o apoio governamental permitiram a redução expressiva dos preços.
Ainda que haja variações de qualidade dentro de uma mesma fazenda, o caviar chinês já figura entre os mais consumidos do mundo.
Vale mencionar que, mesmo com a maior oferta e diversidade de preços, o caviar mantém seu valor simbólico. A percepção de luxo permanece viva, o que garante que restaurantes possam continuar cobrando caro por porções reduzidas.
Isso porque, além do sabor e da textura, o caviar carrega consigo a promessa de uma experiência sofisticada. Dessa forma, pratos com ovas continuam a impulsionar o consumo de outros itens no menu, como vinhos, sobremesas e entradas.
Outro detalhe importante é que o apelo visual do caviar, somado à sua notoriedade cultural, o transforma em item estratégico para as redes sociais. Restaurantes apostam em porções menores com preços “acessíveis” para atrair público jovem, interessado em experiências gastronômicas dignas de fotos compartilháveis.