Atitudes rotineiras podem dizer mais sobre nossa mente do que imaginamos. Separar notas de dinheiro por valor, alinhar objetos com precisão milimétrica ou sentir desconforto ao ver algo fora do lugar são hábitos que, à primeira vista, demonstram apenas um gosto por organização.
No entanto, quando essas práticas se tornam rígidas e inegociáveis, elas podem esconder uma faceta preocupante da saúde mental.
Você separa dinheiro por valor? Sua personalidade foi revelada
A psicologia reconhece a organização como uma habilidade positiva e necessária, mas alerta: o excesso pode ser sinal de desequilíbrio emocional.
O comportamento repetitivo, especialmente quando carregado de ansiedade ou culpa, pode ser sintoma do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).
Este transtorno é caracterizado por pensamentos intrusivos e persistentes que geram ansiedade, levando a rituais ou comportamentos compulsivos como forma de alívio.
Um exemplo clássico é a insistência em manter cédulas de dinheiro separadas e perfeitamente alinhadas na carteira.
Embora pareça apenas uma preferência estética ou funcional, em casos mais graves, esse gesto vem acompanhado de um sentimento incontrolável de que algo ruim acontecerá com o dinheiro ou com a pessoa caso a ordem seja quebrada.
Checar diversas vezes se trancou a porta, lavar as mãos repetidamente ou revisar minuciosamente tarefas simples também fazem parte desse quadro.
Dinheiro e saúde mental
O TOC, contudo, não é a única condição que pode se manifestar por meio da relação com o dinheiro. Transtornos de ansiedade e até depressão podem alterar a forma como a pessoa lida com finanças, seja por excesso de controle ou total desorganização.
Em alguns casos, o medo de errar ou de se prejudicar financeiramente pode gerar hábitos rígidos, mascarando inseguranças profundas. Já em episódios depressivos, o desinteresse e a apatia podem levar ao descuido total com as finanças pessoais.
É fundamental observar o impacto dessas atitudes na rotina. Se o comportamento impede o convívio social, causa sofrimento ou consome tempo excessivo, é hora de buscar ajuda. A automedicação ou o autodiagnóstico são perigosos e podem agravar a situação.
Por fim, vale destacar que somente um psicólogo ou psiquiatra pode avaliar, com base em critérios clínicos, se um comportamento está dentro da normalidade ou se é parte de um quadro maior que requer tratamento.
Prestar atenção aos sinais é o primeiro passo, mas o cuidado real começa com a escuta especializada.