Na última quinta-feira, 22 de maio, o governo federal anunciou mudanças significativas nas regras de cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), afetando diretamente o bolso de quem planeja viagens ao exterior.
As novas alíquotas, que entraram em vigor já no dia seguinte, sexta-feira (23), fazem parte de um pacote de medidas fiscais que busca aumentar a arrecadação federal em 2025. Entre os principais impactos estão os custos com compra de moeda estrangeira e uso de cartões fora do país.
Veja quanto você vai pagar de IOF nas viagens internacionais
O IOF é um tributo federal que incide sobre diversas operações financeiras, incluindo câmbio, crédito e seguros.
No contexto das viagens internacionais, ele é especialmente relevante nas transações de compra de moeda em espécie, uso de cartões de crédito e débito internacionais, além de remessas para contas no exterior.
Até então, havia uma diferença entre essas modalidades, o que incentivava muitos brasileiros a buscar alternativas para pagar menos imposto.
Com a reformulação anunciada, o governo decidiu unificar as alíquotas do IOF para todas essas operações em 3,5%.
Isso representa uma mudança relevante: até então, a compra de moeda estrangeira em espécie era taxada em apenas 1,1%, enquanto as demais operações, como uso de cartão de crédito internacional, estavam sujeitas a uma alíquota de 3,38%.
A partir de agora, não importa se o viajante optar por levar dólares em espécie, usar o cartão ou transferir valores para uma conta no exterior — a carga tributária será a mesma.
Mudanças no IOF elimina distorções, diz governo
Segundo a Receita Federal, o objetivo da medida é eliminar uma distorção que favorecia quem utilizava contas internacionais como forma de escapar das taxas mais altas aplicadas aos cartões.
A uniformização, segundo o governo, também busca garantir maior equidade no tratamento tributário das operações, já que todos os métodos de pagamento estarão sujeitos à mesma cobrança.
Além das transações para pessoas físicas, o governo também revisou as alíquotas para operações de crédito realizadas por empresas, incluindo aquelas do Simples Nacional, aumentando a tributação na contratação e nos juros diários.
A expectativa da equipe econômica é que a medida gere impacto imediato nas finanças públicas, contribuindo com até R$ 41 bilhões em receitas já em 2026.
Para os viajantes, o recado é claro: preparar o bolso ficou ainda mais necessário. Comprar dólares ou pagar a conta do restaurante em Nova York com o cartão de crédito vai pesar um pouco mais.