A possibilidade de vida fora da Terra voltou ao centro dos debates científicos após recentes descobertas feitas em Marte. Dados divulgados pela NASA e por instituições parceiras apontam indícios de um possível reservatório de água líquida sob a superfície marciana, além de condições subterrâneas que poderiam sustentar formas de vida fotossintética.
Essas evidências foram reunidas a partir de análises da missão InSight que foi encerrada em 2022. A missão detectou sinais sísmicos de um provável oceano a cerca de 15 km de profundidade.
Já na superfície, camadas de gelo empoeirado revelaram um novo cenário: pontos rasos o suficiente para a entrada de luz e profundos o bastante para proteger organismos da radiação. Esses achados, descritos em artigo da revista Communications Earth & Environment da Nature, reacendem o interesse sobre a habitabilidade do planeta vermelho.
Condições que favorecem a vida em Marte
Vale mencionar que Marte já é conhecido por apresentar elementos associados à vida, mesmo que microscópica. A presença de moléculas orgânicas, minerais como jarosite, e registros de antigos rios e lagos indicam que, no passado, o planeta pode ter abrigado ambientes semelhantes aos da Terra primitiva.
Isso porque, além da água, fatores como metano atmosférico, cuja origem ainda é incerta, e possíveis sistemas hidrotérmicos no subsolo reforçam a hipótese de atividade biológica. A alta concentração de enxofre também contribui com esse cenário, uma vez que tais compostos estão associados a formas de vida extremófilas em nosso planeta.
Outro detalhe importante é que as áreas com maior potencial de abrigar vida hoje estão localizadas entre 30 e 50 graus de latitude. Nessas regiões, a composição do gelo e a presença de poeira marciana criam microambientes com água líquida em pequenas quantidades, mesmo sem contato direto com a atmosfera.
Avanços científicos
Sendo assim, as descobertas mais recentes sobre Marte ampliam significativamente o escopo das missões futuras. Cientistas agora buscam mapear zonas radiativamente habitáveis — locais com profundidade ideal para fotossíntese, mas protegidos da radiação.
Além disso, outros equipamentos como o rover Zhurong, da China, já identificaram antigas linhas costeiras, o que sugere a existência de um oceano há cerca de 3,6 bilhões de anos. Com isso, cresce a expectativa de que vestígios de vida, passada ou ainda presente, possam ser encontrados em expedições futuras.
É importante mencionar que os dados são interpretados com cautela, mas a combinação de elementos favoráveis torna cada vez mais plausível a existência de vida extraterrestre em Marte.