O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apreendeu 32 toneladas de arroz e feijão em supermercados localizados em Araraquara, no interior de São Paulo, após constatar que os produtos estavam sendo vendidos com especificações que não condiziam com sua real classificação de qualidade.
A ação, realizada entre os dias 17 e 18 de abril, faz parte de uma fiscalização rigorosa que busca coibir fraudes em alimentos.
De acordo com os laudos oficiais, os produtos comercializados como “tipo 1” apresentavam características de categorias inferiores, infringindo os critérios estabelecidos pela legislação brasileira.
As análises laboratoriais revelaram que parte do arroz continha até 31,80% de grãos quebrados e quireras, quando o limite legal para o tipo 1 é de apenas 7,5%. Já o feijão analisado apresentava até 3,57% de grãos mofados, ardidos e germinados, ultrapassando o limite de 1,5% previsto para a classificação tipo 1.
As irregularidades envolvem dois fornecedores: uma empresa de Uberlândia (MG), responsável pelo arroz, e outra de Brodowski (SP), que embalava o feijão. Ambas não tiveram os nomes divulgados e serão investigadas por meio de processos administrativos. Vale mencionar que, nesses casos, as empresas podem solicitar análises periciais para contestar os resultados.
Fraudes afeta diretamente o consumidor
A classificação dos alimentos influencia diretamente na qualidade e no preço dos produtos oferecidos ao consumidor. Ao comercializar produtos tipo 2 ou 3 como se fossem tipo 1, os estabelecimentos praticam uma forma de engano que pode impactar tanto financeiramente quanto na saúde da população. Isso porque grãos mofados ou danificados representam risco à segurança alimentar.
Outro detalhe importante é que, segundo o Mapa, o padrão de qualidade dos grãos é determinado por critérios rigorosos relacionados à aparência, integridade e ausência de defeitos como mofo, germinação e dano físico. Quando um alimento não segue essas diretrizes, sua comercialização como tipo 1 constitui uma infração sanitária e econômica.
Com isso, a apreensão reforça a necessidade de maior atenção por parte dos consumidores e intensificação da fiscalização por órgãos competentes. Além disso, ressalta a importância da transparência nas relações comerciais, especialmente em produtos de ampla distribuição como arroz e feijão, presentes diariamente na mesa dos brasileiros.