A Marinha Real do Reino Unido voltou a soar o alarme após detectar, pela segunda vez em menos de três meses, a presença do navio russo Yantar em áreas próximas a cabos submarinos críticos.
A embarcação foi monitorada de perto por forças navais britânicas enquanto navegava em águas do país, levantando sérias preocupações sobre possíveis tentativas de espionagem ou sabotagem de infraestrutura estratégica subaquática.
Submarino britânico detecta navio russo próximo a cabos submarinos pela 2ª vez
Segundo o The Guardian, a movimentação do navio russo foi confirmada pelo secretário de Defesa britânico, John Healey, que informou ao Parlamento que o navio russo foi avistado nas proximidades do Canal da Mancha e dentro da zona econômica exclusiva do Reino Unido.
O Yantar, embora registrado oficialmente como navio de pesquisa oceanográfica, é amplamente reconhecido pelos serviços de inteligência ocidentais como parte da frota russa especializada em operações submersas.
Ele é equipado com submersíveis capazes de operar a grandes profundidades e de acessar diretamente cabos de comunicação e energia no fundo do mar.
Segundo Healey, desta vez o Reino Unido respondeu com a escolta imediata do Yantar por dois navios de guerra — o HMS Somerset e o HMS Tyne — e o monitoramento contínuo por um submarino nuclear, supostamente o HMS Astute.
A ação visava não apenas garantir a segurança da infraestrutura subaquática britânica, mas também enviar um recado claro ao Kremlin de que as atividades com o navio russo estavam sendo acompanhadas com atenção redobrada.
Suspeitas com navio russo não são novas
As suspeitas em torno do Yantar não são novas. Em novembro do ano passado, ele já havia sido flagrado operando em áreas semelhantes, inclusive próximo à costa da Irlanda, onde estão localizados cabos cruciais para o tráfego de dados entre os países.
Analistas apontam que a embarcação pode estar mapeando rotas e pontos vulneráveis de sistemas submarinos, como parte da estratégia russa de guerra híbrida, que visa pressionar adversários sem recorrer a ataques convencionais.
O episódio reacende o debate sobre a fragilidade das infraestruturas submersas em um cenário de tensões geopolíticas crescentes.
Diante disso, o Reino Unido e seus aliados da OTAN intensificaram patrulhas no Atlântico Norte e no Mar Báltico, temendo que ações como essa se tornem mais frequentes.
A resposta firme de Londres indica que a vigilância em águas profundas está se tornando uma prioridade estratégica.