Nos próximos dias, o Supremo Tribunal Federal (STF) dará continuidade a um julgamento de grande importância para milhões de investidores no Brasil. Trata-se da “revisão da vida toda”, um tema que envolve a possibilidade de recalcular as aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com base em todas as contribuições feitas durante a vida de um trabalhador, inclusive aquelas realizadas antes de 1994, ano da implementação do Plano Real.
A decisão já afetou muitas reformas e agora o Supremo precisa definir se a regra será aplicada aos processos que estavam em andamento antes da decisão final do ano passado, além de discutir a devolução dos valores já pagos.
A “revisão da vida toda” é um mecanismo que permite recalcular a aposentadoria considerando todas as contribuições feitas ao longo da vida do trabalhador, sem excluir os períodos anteriores a 1994.
Antes dessa revisão, a regra vigente era que o planejamento da aposentadoria excluía as contribuições de contribuição anteriores a esse ano, limitando a base de cálculo às contribuições realizadas após o Plano Real, o que, para muitos, representava uma contribuição menor. A revisão, portanto, tem o potencial de aumentar o valor da aposentadoria, já que muitos trabalhadores têm contribuições mais altas feitas antes de 1994.
O que está em jogo no julgamento do STF?
O Supremo Tribunal Federal iniciou, em setembro do ano passado, a análise da revisão da vida toda. Em sua decisão, a Corte determinou que o projeto de reforma deverá ser feito com base em uma regra obrigatória, o que eliminou a possibilidade do seguro escolher entre duas opções de projeto (a regra da vida toda ou a regra mais vantajosa). Agora, o STF se debruça sobre duas questões centrais:
- Aplicação retroativa da revisão: A revisão será válida para aqueles que já tiveram processos em andamento antes da decisão do STF? Ou seja, pessoas que pediram a revisão antes de setembro de 2024.
- Devolução dos valores obtidos: A decisão do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, foi clara ao afirmar que não será necessário que os investidores devolvam os valores recebidos até então. Esse visto não prejudica os seguros que já obtiveram uma revisão favorável com base na nova interpretação da lei.
Posicionamento do presidente do STF, Luís Roberto Barroso
Em 2024, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, antecipou seu entendimento sobre a revisão da vida toda, defendendo que os aposentados não precisariam devolver os valores que receberam com base nas novas regras antes da definição final da Corte.
Essa postura tem como objetivo evitar injustiças para aqueles que confiaram na decisão anterior e realizaram a revisão de suas aposentadorias. Essa questão, entretanto, ainda será debatida em plenário, com a expectativa de que o STF decida em favor da manutenção dos valores pagos sem a exigência de devolução.
O julgamento de agora é essencial para milhares de brasileiros que aguardam uma decisão sobre como os cálculos das contribuições serão feitas. Para muitos trabalhadores, a revisão pode significar um aumento nos valores de suas aposentadorias, uma vez que ela considera as contribuições mais altas realizadas no período anterior a 1994.
A possibilidade de uma decisão ser retroativa também traz rompimento para aqueles que já iniciaram processos administrativos ou judiciais solicitando a revisão, mas que ainda aguardam uma decisão.
O ministro Nunes Marques, que é o relator do caso, terá papel decisivo neste julgamento. Ele foi o responsável por apresentar o voto que está sendo aplicado e que pode gerar um impacto direto na vida de muitos aposentados. O relator será fundamental na definição da aplicação retroativa da revisão e na definição das diretrizes sobre a devolução dos valores pagos.
O que esperar?
O julgamento em questão não vai apenas esclarecer a questão da revisão da vida toda, mas também pode abrir um precedente para decisões futuras relacionadas às retiradas e aos direitos dos segurados do INSS. A forma como o Supremo se posicionará poderá influenciar a legislação e as regras de aposentadoria no país, além de definir o alcance das mudanças políticas até agora.
Para os trabalhadores que esperam uma aposentadoria mais justa e que considerem suas contribuições ao longo de toda a vida, este julgamento será fundamental para determinar os rumores das revisões futuras e garantir a correção de eventuais distorções no cálculo das aposentadorias.
As próximas semanas serão decisivas para que os segurados possam entender de forma definitiva como as novas regras de design se aplicarão aos seus casos.