Com a proximidade da Páscoa, o consumo de chocolate pode representar um perigo para quem sofre de alergias alimentares. Segundo a alergista e imunologista Dra. Brianna Nicoletti, em entrevista à CartaCapital, o chocolate pode conter substâncias com elevado potencial alergênico, como leite, soja, castanhas, amendoim, glúten e aditivos artificiais, como corantes.
A especialista também destaca a importância de ler cuidadosamente os rótulos dos produtos. Chocolates recheados, trufados ou com ingredientes adicionais apresentam um risco maior, já que contêm uma variedade de substâncias que podem desencadear alergias. Essa atenção é crucial, especialmente para aqueles que já tiveram reações anteriores ou suspeitam de alguma sensibilidade alimentar.
Sintomas da alergia ao chocolate
Em indivíduos alérgicos, esses ingredientes podem desencadear reações variadas, que vão desde coceira e inchaços até urticária, dificuldade para respirar, náuseas e episódios de diarreia. Em situações mais severas, pode ocorrer anafilaxia, uma resposta potencialmente fatal. A especialista ressalta que, frequentemente, os sinais iniciais são negligenciados, o que aumenta o risco de complicações.
Até mesmo sintomas leves não devem ser desconsiderados, pois a exposição repetida ao alérgeno pode resultar em reações mais graves. As crianças, em particular, são mais suscetíveis, e após a Páscoa, é comum o aumento de atendimentos médicos devido a reações dermatológicas e gastrointestinais, como eczemas, vômitos e dores abdominais.
Como voltar a comer?
Embora temida, a alergia ao cacau, por sua vez, é considerada rara. Quando há suspeita de alergia, o ideal é realizar testes específicos para identificar o componente responsável e, com base nisso, optar por versões alternativas — como chocolates sem lactose, sem glúten ou sem oleaginosas. Para os raros casos de alergia ao cacau, há ainda a opção de produtos à base de alfarroba, que imita o sabor do chocolate tradicional.
É fundamental também saber diferenciar alergia de intolerância: enquanto a alergia envolve o sistema imunológico e pode provocar reações graves, a intolerância causa apenas desconfortos gastrointestinais. Em ambos os casos, o acompanhamento médico é essencial para diagnóstico e tratamento corretos, que podem incluir o uso de antialérgicos, corticoides ou descongestionantes, conforme a gravidade dos sintomas.