A Síndrome de Wolf-Hirschhorn é uma condição genética rara, originada por uma deleção parcial no cromossomo 4. Essa modificação cromossômica pode ocorrer de forma espontânea durante a formação dos gametas ou no início da mitose do embrião, além de poder ser transmitida por um dos pais.
Estima-se que a síndrome afete cerca de 1 em cada 50.000 nascimentos, sendo mais prevalente em mulheres do que em homens. O diagnóstico é realizado por meio de exames cromossômicos, que podem ser feitos antes ou após o nascimento.
Sintomas da síndrome
A síndrome se manifesta principalmente por deficiência intelectual profunda, atraso significativo no desenvolvimento motor, diminuição do tônus muscular (hipotonia) e dificuldades para se alimentar, o que compromete o crescimento adequado. É comum que crianças afetadas apresentem alterações faciais marcantes, como testa proeminente, nariz largo ou curvado e presença de fenda no palato.
Outras características frequentemente observadas incluem alterações oculares, como colobomas (falhas na íris), além de anomalias no trato geniturinário — entre elas, testículos que não descem para o escroto (criptorquidia) e posicionamento incorreto da abertura da uretra (hipospádia). Episódios de convulsões também fazem parte do quadro clínico da síndrome, embora em alguns casos essas crises epilépticas diminuam com o avanço da idade.
Tratamento e histórico
Apesar de muitas crianças com a síndrome de Wolf-Hirschhorn não sobreviverem aos primeiros anos de vida, algumas atingem a idade adulta, ainda que com limitações severas. Não há cura, mas intervenções de suporte podem melhorar significativamente a qualidade de vida.
O diagnóstico precoce é fundamental para garantir cuidados apropriados desde os primeiros meses. As abordagens terapêuticas incluem fisioterapia, terapia ocupacional, controle de convulsões e suporte educacional especializado, sempre ajustadas às necessidades individuais devido à diversidade dos sintomas.
Para famílias com histórico da condição, o aconselhamento genético é essencial no planejamento reprodutivo. Técnicas como a fertilização in vitro (FIV), associada ao PGT-A, permitem selecionar embriões sem alterações cromossômicas, reduzindo o risco de transmissão. Já o exame PGT-M pode identificar doenças genéticas monogênicas antes da gestação.