Muito mais do que apenas um órgão digestivo, o intestino tem papel fundamental em diversas funções do corpo, sendo frequentemente chamado de “segundo cérebro”. Essa denominação se justifica pela forte ligação entre o intestino e o sistema nervoso central, uma conexão que influencia diretamente a saúde mental, a imunidade e a qualidade de vida como um todo.
Segundo o gastroenterologista Áureo de Almeida Delgado, presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), distúrbios como ansiedade e depressão podem impactar a microbiota intestinal — o conjunto de trilhões de bactérias que vivem no intestino.
Da mesma forma, desequilíbrios intestinais também podem desencadear manifestações emocionais e cognitivas, em um ciclo de retroalimentação que evidencia como o bem-estar intestinal é essencial para o equilíbrio físico e mental.
Sinais da saúde intestinal
A microbiota intestinal, formada por trilhões de microrganismos, é responsável por tarefas essenciais ao organismo, como a digestão dos alimentos, a síntese de vitaminas e a proteção contra agentes infecciosos. Manter esse ecossistema em equilíbrio é crucial não apenas para a saúde física, mas também para o bem-estar emocional. Quando o funcionamento do intestino se altera, pode ser sinal de que algo não vai bem — e essas mudanças devem ser avaliadas por um profissional.
O cirurgião do aparelho digestivo Rodrigo Barbosa alerta para os seguintes “sinais vermelhos” de alerta:
- Diarreia
- Prisão de ventre (ou alternância entre diarreia e constipação)
- Presença de sangue ou muco nas fezes
- Inchaço abdominal
- Excesso de gases
- Dores abdominais
- Fezes com formatos incomuns
- Sensação de evacuação incompleta (tenesmo)
- Perda de peso não intencional
- Cansaço extremo
Esses sintomas, quando persistem por mais de duas semanas, exigem atenção médica imediata.
Para manter o intestino saudável, a orientação é clara: adotar bons hábitos. Isso inclui uma alimentação rica em fibras, evitar alimentos ultraprocessados, mastigar bem, controlar o estresse, beber bastante água, praticar exercícios, evitar automedicação com antibióticos ou laxantes e só consumir probióticos com orientação médica. E atenção: glúten e lactose só devem ser excluídos com diagnóstico de intolerância comprovada.