Um fenômeno até então desconhecido da maioria das pessoas começa a intrigar cientistas e curiosos, todos os seres vivos emitem uma luz invisível que desaparece após a morte.
Essa radiação, chamada de Emissão de Fótons Ultrafraca (UPE), foi identificada por pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, e publicada em abril na revista The Journal of Physical Chemistry Letters.
Apesar de não ser visível a olho nu, a UPE é real e constante, uma espécie de “assinatura luminosa” da vida, provocada por processos bioquímicos internos. Essa descoberta, além de científica, também desperta reflexões filosóficas e existenciais sobre o que significa estar vivo.
O que é a Emissão de Fótons Ultrafraca (UPE)?
A UPE é uma luz extremamente fraca, que não pode ser detectada sem instrumentos muito sensíveis. Ela é resultado de reações químicas naturais dentro das células vivas, especialmente associadas às Espécies Reativas de Oxigênio (ROS), moléculas liberadas durante o metabolismo celular.
Quando há algum tipo de estresse, como uma lesão, mudanças de temperatura ou ataque de agentes químicos, o organismo produz mais ROS. Esse excesso gera instabilidade celular e ativa processos que resultam na liberação de fótons, originando a UPE.
A luz que se apaga com a morte
Um dos aspectos mais curiosos da descoberta é que a UPE desaparece após a morte do organismo. O estudo mostrou que, mesmo mantendo a temperatura corporal estável em 37°C, animais mortos recentemente não emitiam a mesma quantidade de luz que os vivos.
A diferença era notável: os vivos ainda brilhavam, os mortos não.
Isso faz com que a UPE seja considerada um sinal confiável da presença da vida. Quando esse brilho tênue desaparece, é porque os processos celulares cessaram completamente.
Experimentos com camundongos
Para investigar a UPE em animais, os cientistas utilizaram camundongos em ambientes completamente escuros e controlados. Os principais passos foram:
- Ambiente isolado de luz externa: Absolutamente escuro e com temperatura constante.
- Câmeras de alta sensibilidade (CCD): Capazes de detectar até mesmo fótons únicos.
- Comparação entre vivos e mortos: Camundongos recém-mortos, com temperatura corporal idêntica aos vivos, já não exibiam a mesma emissão de luz.
Os resultados comprovaram que a UPE era muito mais intensa nos camundongos vivos, mesmo em condições idênticas aos mortos. O simples fato de estar vivo era o que fazia a luz existir.
A luz nas plantas também existe
Os pesquisadores também testaram plantas e constataram que elas, assim como os animais, emitem UPE, e que essa emissão varia conforme o estado da planta. O experimento usou outro tipo de câmera, chamada EMCCD, ainda mais precisa para captar a luz fraca.
As plantas foram submetidas a diversos tipos de estresse:
- Aumento de temperatura: Aumentou a emissão de luz.
- Ferimentos: Áreas lesionadas brilhavam mais do que partes saudáveis.
- Tratamentos químicos: A aplicação de benzocaína (um anestésico) causou a maior emissão de UPE entre os testes realizados.
Essas variações indicam que o brilho das plantas responde diretamente ao estado fisiológico do organismo, revelando possíveis aplicações práticas.
Com o avanço da tecnologia e o aprofundamento das pesquisas, é possível que a UPE se torne uma ferramenta crucial para a medicina, a biotecnologia e até a agricultura.