Um acontecimento raro marcou a ciência marinha: o primeiro registro fotográfico na natureza do celacanto-indonésio, um peixe pré-histórico chamado de “fóssil vivo” que intriga biólogos há décadas.
O feito foi realizado durante uma expedição subaquática nas Ilhas Molucas, na costa da Indonésia, onde pesquisadores conseguiram não apenas localizar o animal, mas também observá-lo em seu habitat natural a uma profundidade de aproximadamente 144 metros.
Registro inédito revela “fóssil vivo” que sobrevive há milhões de anos
O exemplar registrado, medindo cerca de 1,1 metro de comprimento, pertence à espécie Latimeria menadoensis.
Considerado um “fóssil vivo”, esse peixe conserva traços físicos e comportamentais que remontam a centenas de milhões de anos, quase inalterados desde os tempos em que os dinossauros ainda dominavam o planeta.
O termo se refere à sua impressionante estabilidade evolutiva, com mudanças mínimas ao longo de eras geológicas.
A descoberta, publicada na revista Scientific Reports, representou uma vitória científica não apenas pelo ineditismo do registro, mas pela ampliação do conhecimento sobre a distribuição geográfica do celacanto.
Até recentemente, imaginava-se que a presença da espécie indonésia era restrita a áreas próximas a Sulawesi e à Nova Guiné Ocidental. O avistamento nas Molucas sugere que a população desses peixes pode ser mais dispersa do que se imaginava.
Durante o mergulho, os cientistas notaram que o celacanto considerado “fóssil vivo” permanecia com a nadadeira dorsal ereta, postura que pode indicar alerta ou comportamento defensivo.
Surpreendentemente, o mesmo indivíduo foi avistado no dia seguinte no mesmo local, e sua identificação foi confirmada por meio do padrão de coloração único, característico da espécie.
Importância da descoberta do peixe considerado “fóssil vivo”
Essa evidência empírica reforça a urgência de proteger o celacanto-indonésio, especialmente diante da crescente pressão de atividades humanas como o turismo não regulamentado e a pesca em águas profundas.
Embora a existência dessa espécie já fosse conhecida desde 1997, a dificuldade de acesso ao seu habitat — em recifes profundos e cavernas submersas — limitava as oportunidades de estudo.
A observação direta desse animal em estado selvagem não apenas oferece pistas sobre seu comportamento e ecologia, como também renova o alerta para a necessidade de políticas de conservação mais rigorosas.
Afinal, preservar o celacanto é preservar um capítulo vivo da história evolutiva da Terra.