A guerra comercial entre Estados Unidos e China se intensificou após o presidente americano Donald Trump ameaçar impor uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses, em resposta à retaliação de Pequim às taxas de 34% anunciadas em 2 de abril.
A China reagiu com firmeza, prometendo “lutar até o fim” para defender seus interesses e classificando a postura dos EUA como chantagem. Para o governo chinês, Washington não demonstra interesse em um diálogo genuíno, que só seria possível com base em igualdade e respeito mútuo.
Reação dos países à tarifas
Enquanto as duas potências se enfrentam, outras nações buscam formas de se proteger dos possíveis impactos econômicos:
- Japão: Após conversa entre o primeiro-ministro Shigeru Ishiba e Donald Trump, o governo japonês adotou postura proativa. Criou uma força-tarefa para mitigar os efeitos dos 24% impostas pelos EUA. Designou o ministro da Revitalização Econômica, Ryosei Akazawa, como principal negociador comercial. Enviou autoridades a Washington para dar sequência às tratativas.
- Índia: Tenta acelerar a conclusão de um acordo comercial bilateral com os EUA. O ministro das Relações Exteriores, S. Jaishankar, defendeu o avanço das negociações em conversa com o secretário americano Marco Rubio. O país é afetado por uma tarifa de 26% sobre suas exportações. Washington pressiona por maior acesso ao mercado indiano de laticínios, o que gera resistência por parte da Índia. O ministro do Comércio, Piyush Goyal, planeja reunião com exportadores para avaliar impactos e definir estratégias.
- Malásia: Adota estratégia de “diplomacia suave”. O primeiro-ministro Anwar Ibrahim anunciou o envio de representantes a Washington junto a países da Asean. Busca construir um consenso regional e iniciar diálogo com os EUA. Criticou as tarifas americanas por prejudicarem o comércio bilateral e afetarem empregos nos dois países.
- Hong Kong: O Chefe Executivo John Lee alinhou-se ao governo chinês. Classificou as tarifas dos EUA como bullying e “comportamento impiedoso”. Prometeu fortalecer os laços com o continente chinês. Planeja assinar novos acordos de livre-comércio e atrair mais investimentos estrangeiros.
- União Europeia: A Comissão Europeia votará em 9 de abril um pacote de medidas retaliatórias contra os EUA. Tarifas entrarão em vigor entre abril e maio. O comissário de Comércio, Maros Sefcovic, alertou que € 380 bilhões em exportações estão sujeitas a tarifas americanas de até 27,5%. Declarou que o relacionamento comercial com os EUA está em ponto crítico.
- Reino Unido: Prioriza um acordo comercial com os EUA para mitigar tarifas recíprocas. A ministra das Finanças, Rachel Reeves, afirmou que tarifas retaliatórias “não estão no interesse nacional”. O Reino Unido também negocia com Índia, Canadá, Austrália e União Europeia. Destaca a importância de medidas que promovam estabilidade, crescimento e respeito às regras fiscais. Reforçou que uma guerra comercial não interessa a nenhuma das partes envolvidas