Uma atividade física aplicada de maneira inadequada a estudantes de 9 e 10 anos em uma escola municipal de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, resultou na exoneração de um professor de educação física.
O caso gerou preocupação entre pais, alunos e autoridades após diversas crianças passarem mal durante a aula.
Professor é demitido após alunos de 10 anos passarem mal em aula de educação física
O episódio aconteceu no último dia 22 de abril em uma escola do bairro Paraíso. Conforme relatos dos responsáveis, o professor orientou os alunos a correrem repetidamente ao redor da quadra da instituição.
A atividade, chamada pelo professor de “treino suicídio”, segundo os alunos, seria uma resposta ao fato de parte dos estudantes não ter realizado uma tarefa de casa.
Pais afirmaram que várias crianças vomitaram, sentiram dores no peito e apresentaram crises de ansiedade durante e após o esforço físico excessivo.
Uma das mães, cuja filha sofre de bronquite, relatou que a menina voltou para casa em estado preocupante, com dificuldades para respirar e dor no peito. Segundo ela, a criança pediu para interromper a corrida, mas teve o pedido negado pelo professor.
A situação deixou marcas emocionais, já que a aluna demonstrou receio de participar de futuras aulas de educação física.
Outro caso citado foi o de um menino de nove anos, que, mesmo apresentando sinais claros de exaustão, foi instruído a continuar correndo após cair no chão. Posteriormente, ele sofreu uma crise de ansiedade e feriu os próprios dedos em um momento de descontrole.
Professor foi demitido e crianças serão acompanhadas
Pais e responsáveis afirmam que confrontaram o professor e a direção da escola, buscando esclarecimentos sobre o episódio, e relatam que naquele primeiro momento ele afirmou que o episódio teria sido para punir as crianças que não realizaram a lição de casa.
Contudo, posteriormente, em reunião, o professor confirmou a realização da atividade, mas negou que tivesse o objetivo de punir os estudantes. Em sua defesa, afirmou que o exercício fazia parte do planejamento da aula do dia.
A Secretaria Municipal de Educação de Cachoeiro de Itapemirim foi notificada sobre o ocorrido e, após reunião com o professor e análise da situação, decidiu pela demissão do docente, que era contratado temporariamente.
O órgão reforçou que repudia práticas que coloquem em risco a saúde física e emocional dos alunos e destacou que as medidas necessárias para a apuração dos fatos foram tomadas.
Especialistas ouvidos destacaram que métodos de treino exaustivos devem ser aplicados com responsabilidade, respeitando os limites das crianças e considerando condições médicas pré-existentes.
Uma nova reunião com os pais foi agendada para discutir possíveis acompanhamentos psicológicos para os estudantes afetados pelo episódio.