Alguns metais e minerais são raros e extremamente valiosos na Terra, e a AstroForge acredita que a solução para essa escassez pode estar no espaço. A empresa privada está se preparando para lançar a missão Odin, que busca enviar o primeiro módulo de mineração a um asteroide, um avanço que pode transformar a indústria de extração de recursos.
Embora a ideia pareça saída de um filme de ficção científica, a AstroForge vem desenvolvendo essa tecnologia desde a década de 2010. A missão Odin, ainda em caráter experimental, não fará a mineração em si, mas pretende pousar no asteroide 2022 OB5 para testar a viabilidade do projeto e atrair investimentos para futuras operações.
Missões pioneiras
Esse será o segundo lançamento da AstroForge. O primeiro, a missão Brokkr-1, ocorreu em abril de 2023 e conseguiu chegar à órbita terrestre, mas não foi capaz de ativar com sucesso o protótipo de refinaria em microgravidade.
Mesmo com o contratempo, a AstroForge avaliou o teste como um avanço significativo e garantiu um financiamento de US$ 55 milhões para continuar suas iniciativas. Agora, a empresa se destaca como pioneira ao receber aprovação da Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC) para realizar uma missão além da Lua, dando um passo importante rumo à exploração do espaço profundo.
A missão Odin será transportada por um foguete Falcon 9 da SpaceX, dividindo o lançamento com a missão da Intuitive Machines e o Lunar Trailblazer da NASA. Caso a operação transcorra como esperado, o módulo deverá alcançar o asteroide até o final do ano, fornecendo informações cruciais sobre o potencial da mineração no espaço.
Mineração de asteroides
O asteroide 2022 OB5 foi selecionado por pertencer à rara classe M, que representa apenas 5% dos asteroides conhecidos, mas é potencialmente rica em metais como ferro e níquel. Pesquisas sugerem que esses asteroides podem conter grandes quantidades de materiais valiosos, tornando-os alvos promissores para a mineração espacial.
De acordo com Mitch Hunter-Scullion, CEO da Asteroid Mining Corporation, um asteroide com um quilômetro de diâmetro poderia armazenar até 117.000 toneladas de platina, suprindo a demanda global desse metal por vários séculos.
Embora o potencial seja promissor, ainda existem dúvidas sobre a real concentração desses metais e se a extração será financeiramente viável. Além disso, questões regulatórias e impactos ambientais da exploração de asteroides continuam em discussão.