Nos últimos meses, o cenário econômico brasileiro tem sido marcado por flutuações no valor da moeda americana, o dólar. Em fevereiro de 2025, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura, Paulo Teixeira, fez uma avaliação sobre os efeitos dessa queda do dólar nos preços dos alimentos. Durante uma entrevista, ele afirmou que a diminuição do valor da moeda norte-americana deve resultar em uma queda significativa nos preços dos alimentos a curto prazo.
A cotação do dólar no Brasil caiu de R$ 6,30 para cerca de R$ 5,80 entre o final de janeiro e início de fevereiro de 2025. Para o ministro Teixeira, essa redução tem impacto direto nos preços dos alimentos, principalmente nos produtos exportáveis que são commodities, como carnes, café, açúcar, laranja e derivados de soja.
Esses itens, que têm presença forte no mercado internacional, tendem a ter seus preços alterados conforme as variações cambiais, e a queda do dólar pode gerar uma redução de custos para o consumidor interno. O reflexo disso no mercado será oferecido em um curto espaço de tempo, mas sem especificidade exata.
Influência do ciclo do boi
Teixeira também importa a importância do ciclo do boi, que influencia diretamente os preços da carne. Esse ciclo ocorre em períodos de 7 anos, com flutuações que podem aumentar ou diminuir a oferta de carne no mercado.
No momento, o fim do ciclo do boi está colaborando para a redução da pressão nos preços da carne. Essa redução no preço da carne pode aliviar uma das maiores fontes de inflação alimentar do Brasil, favorecendo os consumidores com uma redução nos gastos com produtos de origem animal.
Fatores climáticos e outros desafios
Apesar da queda do dólar e de outros fatores desenvolvidos para reduzir os preços, o governo também detectou que os desafios climáticos têm pesado sobre o setor de alimentação.
Enchentes no Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores de arroz do país, e a doença greening, que afeta as laranjas, são dois exemplos de adversidades que encareceram alguns alimentos. Esses fatores climáticos ainda podem pesar nas variações de queda de preços, embora o governo esteja tomando medidas para contornar essas dificuldades.
Política governamental para acompanhar o mercado
O governo brasileiro tem se esforçado para lidar com a volatilidade do mercado de alimentos, criando um “gabinete de envio de preços multissetorial”. Esse grupo reúne várias entidades, incluindo o Ministério da Fazenda, o Ministério da Agricultura e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O objetivo desse gabinete é monitorar as flutuações no mercado e implementar políticas que possam mitigar os impactos da variação cambial e outros fatores econômicos sobre os preços dos alimentos.
Além disso, o ministro Teixeira ressaltou a importância das políticas públicas externas para o crédito agrícola, que têm sido fundamentais para o controle da inflação de alimentos. A centralização do crédito para a produção de itens da cesta básica, por exemplo, tem sido uma das ferramentas adotadas pelo governo para evitar a alta nos preços de essenciais para a população.
Expectativas para o futuro
Embora o ministro tenha evitado corrigir um dado específico para a queda dos preços, a expectativa é que a redução do dólar, aliada a outras políticas e ao fim de alguns ciclos de produção, favoreça uma redução geral nos preços dos alimentos nos próximos meses. A redução da inflação alimentar será, sem dúvida, um rompimento para os consumidores brasileiros, que enfrentam anos de preços elevados em itens básicos.
Contudo, é importante lembrar que o cenário econômico é complexo e que diversos fatores podem influenciar essa dinâmica. A relação entre o dólar e o preço dos alimentos é apenas um dos elementos que precisam ser monitorados de perto. O governo brasileiro, por meio de suas políticas e ações de fiscalização, terá um papel fundamental para garantir que os benefícios dessa redução cambial se reflitam de maneira justa nos preços que os consumidores pagam no dia a dia.