Recentemente, a cidade de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, entrou em alerta após a notícia de um homem que teria sido contaminado por uma bactéria agressiva, popularmente conhecida como “bactéria comedora de carne”.
O episódio ganhou repercussão nacional, gerando preocupação entre moradores, turistas e autoridades locais. Apesar da gravidade inicial da notícia, a Prefeitura de Ubatuba informou que não há registros confirmados dessa bactéria nas praias do município.
Atualmente, oito praias de Ubatuba estão classificadas como impróprias para banho, segundo o monitoramento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Entre elas está a Praia do Perequê-Mirim, local onde o homem supostamente teria contraído a bactéria. A prefeitura reforça o alerta para que banhistas evitem o contato com o mar nesses locais, principalmente onde há bandeira vermelha indicando risco à saúde.
Esclarecimento das autoridades
A Administração Municipal esclareceu que a informação sobre a presença da “bactéria comedora de carne” nas praias é incorreta. O Hospital Santa Casa, onde o paciente esteve internado, também descartou a infecção por essa bactéria como causa da morte.
Dessa forma, o caso reforça a importância de um diagnóstico preciso e a necessidade de acompanhamento científico para evitar pânico desnecessário.
O caso em detalhes
A vítima, um homem de 30 anos que trabalhava em uma marina, apresentou sinais de fasciíte necrosante, uma infecção grave que pode, em alguns casos, ser causada pela bactéria em questão.
Ele teria se banhado na Praia do Perequê-Mirim e desenvolvido os sintomas pouco tempo depois. O caso foi levado à Câmara dos Vereadores por familiares, aumentando a pressão por respostas oficiais.
A notícia viralizou rapidamente nas redes sociais, levando a uma onda de preocupação entre os usuários. A divulgação, muitas vezes feita sem dados concretos, contribuiu para a disseminação de informações desencontradas e alarmistas.
A prefeitura e órgãos ambientais, por sua vez, vêm reforçando a necessidade de seguir as orientações oficiais, evitando rumores e promovendo a educação sanitária.
Praias impróprias para banho
De acordo com a Cetesb, a balneabilidade das praias é avaliada por meio da análise da água, que verifica a presença de bactérias como coliformes fecais.
Quando o número de bactérias ultrapassa 100 colônias a cada 100 ml, a praia é considerada imprópria. Em Ubatuba, além da Praia do Perequê-Mirim, outras sete praias estão com a bandeira vermelha, incluindo Itaguá e Lázaro.
O vereador Gady Gonzalez destacou a importância de divulgar publicamente os resultados das análises, para aumentar a transparência e dar mais segurança à população. Ele também defende a conclusão das obras de saneamento básico, principalmente a ligação de esgotos na rede da Sabesp, para reduzir a poluição das águas.
Fasciíte necrosante
A fasciíte necrosante é uma infecção rara, mas muito agressiva e potencialmente fatal. Seus sintomas iniciais incluem dor intensa, inchaço e febre, que podem evoluir rapidamente para necrose dos tecidos afetados. O tratamento exige diagnóstico rápido e intervenção médica urgente.
Embora geralmente associada a bactérias como o estreptococo do grupo A, a infecção pode ocorrer mesmo em ambientes considerados limpos.
Por isso, é fundamental que banhistas evitem nadar em áreas sinalizadas como impróprias, mantenham cuidados com ferimentos abertos e procurem atendimento médico ao surgirem sintomas incomuns após o contato com a água.
Recomendações para turistas e moradores
Diante do cenário atual, as autoridades reforçam algumas recomendações importantes:
- Evitar o banho em praias sinalizadas com bandeira vermelha.
- Observar as placas e avisos de risco nas praias.
- Manter feridas cobertas e higienizadas ao entrar no mar.
- Procurar atendimento médico imediato se notar dor intensa, inchaço ou lesões na pele após contato com a água do mar.
- Acompanhar as atualizações oficiais divulgadas pela Prefeitura e órgãos ambientais.
Este episódio reforça a importância do monitoramento contínuo da qualidade da água das praias, realizado pela Cetesb e outros órgãos. A divulgação transparente dos resultados ajuda a proteger a saúde pública e preserva o turismo local, essencial para a economia de Ubatuba.
Além disso, investimentos em infraestrutura de saneamento são fundamentais para garantir a balneabilidade e prevenir a contaminação por resíduos domésticos e industriais.
