A onda de calor extrema que atinge o Rio Grande do Sul no começo de fevereiro de 2025 entrou para os registros climáticos do estado. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na terça-feira (4), a temperatura em Quaraí atingiu 43,8ºC, marcando o recorde histórico desde o início das medições em 1910. Esse valor superou o antigo recorde de 42,9ºC registrado em Uruguaiana, em 2022. Os alertas de ondas de calor deverão persistir até domingo (8).
O Rio Grande do Sul é famoso por suas grandes variações de temperatura, com invernos severos causados pelas massas polares e verões extremamente quentes. Maria Clara Sassaki, especialista da Tempo OK, explica que a localização geográfica da região é um fator determinante para esses extremos climáticos, com as massas de ar polar influenciando o inverno e o calor intenso predominando no verão.
Calor no Sul
Em julho de 2024, o estado experimentou temperaturas abaixo de zero, com mínimas atingindo -9ºC, evidenciando sua tendência a extremos climáticos. No entanto, a onda de calor atual é um evento sem precedentes, já que a temperatura em Quaraí não só superou o recorde de calor do estado, mas também estabeleceu uma nova marca para o mês de fevereiro.
O calor extremo no Sul é provocado pela combinação de um corredor de umidade no Brasil, que gerou chuvas em outras áreas, com a ausência de umidade no estado, o que contribuiu para a elevação das temperaturas. A falta de umidade é um fator determinante para o surgimento das ondas de calor, pois a umidade age como um isolante térmico. A expectativa é que as altas temperaturas diminuam à medida que as chuvas retornem ao Sul, embora o calor possa intensificar no Sudeste, caso a região continue enfrentando condições secas.
A especialista também observa que fenômenos climáticos extremos, como ondas de calor, frio extremo e tempestades intensas, estão se tornando mais comuns, impulsionados pelo aquecimento global, que aumenta a energia disponível para os sistemas meteorológicos.