Mais Tendências - Tribuna de Minas
  • Cidade
  • Contato
  • Região
  • Política
  • Economia
  • Esportes
  • Cultura
  • Empregos
Mais Tendências - Tribuna de Minas
Sem resultados
Ver todos os resultados
Mais Tendências - Tribuna de Minas
Sem resultados
Ver todos os resultados

Por que mesmo chovendo muito ainda falta água?

Por Leticia Florenço
21/07/2025
Em Colunas, Mais Tendências
0
Falta de agua - Reprodução/iStock

Falta de agua - Reprodução/iStock

É comum associarmos a falta d’água exclusivamente à seca prolongada, aos rios secos ou aos reservatórios em baixa. Mas, o excesso de chuva também pode comprometer seriamente o abastecimento de água.

Em vez de reforçar o sistema, as chuvas intensas podem, em alguns casos, provocar paralisações emergenciais, contaminação dos mananciais e prejuízos à estrutura de captação e tratamento.

Turbidez da água

A água captada para consumo humano precisa seguir padrões rigorosos de qualidade, definidos pela legislação brasileira. Porém, durante períodos de fortes chuvas, os mananciais recebem um volume de partículas sólidas: barro, areia, folhas, resíduos urbanos e até detritos químicos.

Isso aumenta a turbidez da água, ou seja, a quantidade de impurezas em suspensão, a um nível que as estações de tratamento não conseguem lidar com eficiência. O resultado? Captação suspensa ou diminuída, e abastecimento comprometido.

A estrutura das ETAs tem limites

As Estações de Tratamento de Água (ETAs) foram projetadas para operar com água bruta em condições minimamente estáveis. Quando há um volume atípico de impurezas ou excesso de matéria orgânica e inorgânica nos rios, a capacidade da ETA de realizar um tratamento eficaz e seguro é superada.

Se a água que entra está muito suja, não há como garantir que ela saia potável. A única solução é interromper temporariamente a captação até que a qualidade da água nos mananciais melhore.

Alagamentos e poluição urbana nos mananciais

Outro fator que agrava a situação é a chamada poluição difusa, um fenômeno que ocorre quando a chuva arrasta lixo, esgoto, produtos químicos e outros poluentes das ruas e bairros diretamente para os corpos d’água.

Esse tipo de poluição é especialmente perigoso porque é imprevisível e afeta de maneira desordenada grandes áreas urbanas. O resultado é uma água extremamente contaminada, que exige um tratamento mais complexo, muitas vezes impossível de ser feito com a estrutura existente.

Exemplo real

Nos últimos meses, cidades da Região Metropolitana de Maceió enfrentaram exatamente esse cenário. As chuvas superaram em muito os volumes esperados. Em Messias, por exemplo, choveu quase quatro vezes mais do que o previsto: 776 milímetros em maio, quando o normal seria 204,7 mm.

O mesmo ocorreu em Satuba (816 mm contra 260 mm esperados) e em Marechal Deodoro (650,6 mm contra 260 mm). Com os mananciais sobrecarregados de sedimentos e detritos urbanos, as estações de tratamento precisaram ser paralisadas preventivamente, para evitar o fornecimento de água fora dos padrões de qualidade.

Infraestrutura precisa acompanhar as mudanças climáticas

Chuvas mais intensas e frequentes são uma das faces das mudanças climáticas. O desafio das concessionárias de saneamento é se adaptar rapidamente a esse novo cenário. Estações mais modernas, sistemas de reservação mais robustos e tecnologia para lidar com altos níveis de turbidez são fundamentais.

Em Alagoas, por exemplo, a BRK já planeja investimentos em ETAs com maior capacidade de operação durante eventos extremos, buscando reduzir os impactos nos 13 municípios onde atua.

Quando falta água mesmo com o rio cheio

É importante entender que o volume de água nos rios nem sempre significa disponibilidade para consumo. Uma enchente pode estar passando ao lado de uma comunidade que está com as torneiras secas. Isso acontece porque, mesmo cheia, a água pode estar imprópria para uso humano.

A percepção de “abundância” é ilusória se a estrutura de captação e tratamento não conseguir lidar com a complexidade do que está sendo carregado pela enxurrada.

Coordenação entre as instituições

A BRK, junto com a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), realiza monitoramentos constantes da qualidade da água nos mananciais. Esse acompanhamento técnico é fundamental para decidir quando paralisar, reduzir ou retomar a captação.

Cada decisão é tomada com base em critérios técnicos, visando proteger a saúde da população e garantir o fornecimento seguro, mesmo que seja necessário racionar temporariamente.

Informação e conscientização

A população tem um papel fundamental nesse processo. É preciso entender que a água, mesmo em épocas de chuva, continua sendo um recurso finito e vulnerável.

Evitar o desperdício, denunciar ligações clandestinas e buscar informações nos canais oficiais (como o 0800 771 0001 da BRK) são atitudes que contribuem para um sistema de abastecimento mais eficiente e resiliente.

Leticia Florenço

Leticia Florenço

Filha da Terra da Luz, jornalista pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

Próximo post
Foto: Prefeitura de Garanhuns

Suíça Pernambucana registra menor temperatura em mais de duas décadas

Confira!

Nova alternativa ao papel higiênico vira tendência global

Nova alternativa ao papel higiênico vira tendência global

09/10/2025
Transformar a forma de produzir alimentos pode salvar o planeta

Transformar a forma de produzir alimentos pode salvar o planeta

09/10/2025
Varejo aposta em experiência exclusiva com grupo VIP

Varejo aposta em experiência exclusiva com grupo VIP

09/10/2025
  • Contato

Tribuna de Minas

Sem resultados
Ver todos os resultados
  • Contato

Tribuna de Minas