De 2007 a 2015, o BNDES investiu mais de R$ 6 bilhões em projetos na Venezuela, incluindo a expansão do Metrô de Caracas e a construção da Usina Siderúrgica Nacional. Contudo, desde 2018, o país não tem honrado seus compromissos financeiros, gerando uma série de calotes bilionários.
Esses investimentos tiveram início durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990, quando foram alocados R$ 2,2 bilhões para que empresas brasileiras, como a Odebrecht, ficassem responsáveis pela execução de projetos de infraestrutura na Venezuela.
Investimento do Brasil na Venezuela
O Metrô de Caracas e o de Los Teques, ambos financiados pelo BNDES, visavam aprimorar o transporte público e atender milhões de passageiros. Em funcionamento desde 1983, o Metrô de Caracas atualmente possui 48 estações e uma extensão superior a 70 quilômetros.
Outro projeto significativo foi a Usina Siderúrgica Nacional, financiada por um empréstimo de US$ 865 milhões. No entanto, com o início das investigações da Operação Lava Jato, o repasse foi interrompido. Desde 2018, tanto a Venezuela quanto Cuba deixaram de honrar suas dívidas com o Brasil, o que gerou diversas críticas à política externa e à administração dos recursos públicos.
Crises e inadimplência
A crise econômica na Venezuela, juntamente com os escândalos de corrupção envolvendo empresas brasileiras como a Odebrecht, prejudicou a continuidade desses projetos e intensificou as críticas aos empréstimos do BNDES. A inadimplência do país levantou dúvidas sobre a decisão de investir em grandes projetos internacionais, em vez de priorizar as necessidades internas do Brasil, como a expansão da infraestrutura de transporte público.
Com uma dívida superior a 6 bilhões de dólares, a Venezuela não consegue cumprir suas obrigações financeiras. Ao mesmo tempo, o Brasil enfrenta um grande déficit em transporte público, necessitando de mais de 850 quilômetros de metrôs e trens. Esse contexto levanta preocupações sobre os riscos de conceder grandes empréstimos a outros países sem garantias de retorno.