Uma nova descoberta astronômica está chamando atenção da comunidade científica: um corpo celeste nos confins do Sistema Solar pode integrar oficialmente a família dos planetas anões.
Trata-se do 2017 OF201, um objeto que percorre uma órbita altamente excêntrica e foi recentemente identificado com maior clareza a partir de observações feitas pelo telescópio Victor M. Blanco, no Chile.
Planeta anão é desvendado no Sistema Solar
Localizado atualmente a cerca de 90 unidades astronômicas (distâncias da Terra ao Sol), esse corpo possui cerca de 700 quilômetros de diâmetro, o que equivale a aproximadamente um terço do tamanho de Plutão.
Embora ainda não esteja formalmente reconhecido como planeta anão pela União Astronômica Internacional (IAU), muitos especialistas apontam que o 2017 OF201 cumpre os critérios físicos para essa classificação, como o formato esférico e a órbita direta em torno do Sol.
O único ponto pendente, e sempre controverso, é se o objeto domina gravitacionalmente sua órbita — uma das exigências formais para a designação de planeta.
A possível adição do 2017 OF201 à lista oficial de anões reacende o debate sobre a quantidade real desses corpos no Sistema Solar.
Desde a reclassificação de Plutão em 2006, a IAU reconhece apenas cinco deles: Ceres, Haumea, Makemake, Eris e o próprio Plutão.
No entanto, com os avanços na observação de regiões remotas além da órbita de Netuno, a expectativa é que esse número aumente significativamente nos próximos anos.
Possível novo planeta pode se relacionar com corpos celestes ainda desconhecidos
O novo candidato se destaca não só por suas características físicas, mas por sua trajetória orbital extrema.
Seu ponto mais distante do Sol atinge cerca de 1.600 unidades astronômicas, o que levanta hipóteses sobre possíveis interações com corpos ainda desconhecidos — como o hipotético Planeta 9.
Modelos de simulação demonstraram que, caso o Planeta 9 realmente exista, a estabilidade da órbita de 2017 OF201 seria comprometida.
Em contraste, cenários que não incluem esse corpo celeste oculto sugerem que o objeto manteria uma trajetória regular, indicando que sua existência pode desafiar a tese do nono planeta.
Na prática, a descoberta amplia nosso entendimento sobre a arquitetura do Sistema Solar e reforça a ideia de que há ainda muito por explorar nas regiões mais distantes do Sol.
Cada novo objeto identificado fornece pistas valiosas sobre a formação e evolução do nosso sistema planetário.