O Conselho Federal de Medicina (CFM) solicitou à Anvisa a proibição do PMMA (polimetilmetacrilato) no Brasil, um plástico amplamente usado de forma inadequada em procedimentos estéticos. O pedido, detalhado em um documento de 35 páginas, inclui posicionamentos de entidades como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A SBCP já havia recomendado o banimento do material em 2024, destacando os riscos associados ao seu uso, como deformidades e mortes. Apesar de pedidos anteriores do CFM, a Anvisa manteve o uso restrito do PMMA para finalidades específicas, como tratamentos reparadores.
Uso da substância
O PMMA é um polímero sintético conhecido por sua transparência e resistência, amplamente empregado em diversas áreas. Originalmente desenvolvido para aplicações odontológicas, é utilizado em próteses dentárias, dentaduras e restaurações. O material também é aplicado nas indústrias automotiva, eletrônica e de construção civil.
Seu uso, atualmente, é permitido apenas para profissionais de saúde, como médicos e dentistas, em situações específicas, como correções volumétricas faciais e corporais ou no tratamento de lipodistrofia. Contudo, o Conselho alerta que o uso inadequado do PMMA pode causar complicações graves, incluindo deformidades permanentes e, em casos extremos, levar à morte.
Riscos do procedimento estético
O PMMA tem sido utilizado em procedimentos estéticos como preenchimento em áreas como glúteos e rosto. No entanto, sua característica permanente e a complexidade de remoção geraram preocupações entre especialistas. O material pode se fixar aos tecidos, dificultando correções e elevando os riscos de complicações.
Os principais perigos associados ao uso do PMMA em caráter estético incluem:
- Reações inflamatórias: O organismo pode identificar o material como um corpo estranho, provocando inflamações crônicas e dores contínuas.
- Infecções: Procedimentos realizados de forma inadequada ou em ambientes não esterilizados aumentam a probabilidade de infecções graves.
- Deformidades: O deslocamento do material pode causar assimetrias e alterações indesejadas na aparência.
- Necrose tecidual: Em casos graves, o comprometimento da circulação sanguínea local pode levar à morte dos tecidos na região afetada.
A Anvisa confirmou o recebimento do documento e informou que realizará a análise das informações apresentadas.