O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que o câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, seja o terceiro tipo mais frequente no Brasil, com cerca de 46 mil novos diagnósticos por ano.
Apesar de atingir majoritariamente pessoas com mais de 60 anos, o número de casos entre adultos jovens tem crescido significativamente, o que acende um alerta para a importância do rastreamento precoce.
Segundo a Fundação do Câncer, a projeção é de um aumento de até 21% nos casos da doença até 2040. A detecção em estágios iniciais, no entanto, ainda é um desafio: aproximadamente 75% a 80% dos diagnósticos ocorrem quando o câncer já está avançado. Isso reduz as chances de cura e exige tratamentos mais agressivos.
Por outro lado, é importante mencionar que, quando identificado precocemente, o câncer colorretal tem altas taxas de cura.
Testes modernos trazem agilidade
Nos últimos anos, surgiram novas tecnologias capazes de acelerar a triagem do câncer colorretal. Entre elas, destacam-se o teste de DNA fecal BLUE-C, com sensibilidade de 93,9% para detecção da doença, e o exame de sangue Guardant’s Shield, que identifica DNA tumoral circulante no sangue.
Ambos oferecem alternativas menos invasivas à colonoscopia, considerada o padrão-ouro, mas nem sempre acessível.
Outro detalhe importante é que o teste imunoquímico fecal (FIT), amplamente utilizado em ações públicas de saúde, continua sendo uma ferramenta de baixo custo e com boa efetividade como triagem inicial.
Em março deste ano, durante o “Março Azul”, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) realizaram um mutirão em Goiás (GO), distribuindo 8 mil kits de exame de fezes. A ação resultou na detecção de pólipos em mais da metade dos participantes examinados e em quatro diagnósticos de câncer avançado.
Conscientização e prevenção ao Câncer
Vale mencionar que o câncer colorretal pode ser prevenido em quase 100% dos casos, principalmente quando lesões pré-malignas são detectadas e tratadas a tempo. Além disso, a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos, desempenha papel essencial na prevenção da doença.
Sendo assim, o INCA recomenda a triagem regular a partir dos 50 anos, enquanto a Sociedade Brasileira de Coloproctologia sugere antecipar o início para os 45, especialmente diante do aumento de casos em jovens.
O acesso ao tratamento, pelo SUS, é feito mediante encaminhamento com diagnóstico confirmado. Informações detalhadas sobre o atendimento estão disponíveis no site oficial do INCA.