O Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino deu um passo significativo na detecção precoce do Alzheimer ao desenvolver um exame de sangue inovador, que já demonstrou precisão de até 98% nos testes iniciais.
A nova tecnologia, criada por pesquisadores brasileiros, promete transformar o cenário diagnóstico da doença, com potencial de substituir métodos invasivos e caros utilizados atualmente, como a punção lombar e a tomografia PET.
O estudo, realizado com 145 idosos e publicado na revista científica Nature Communications, revelou que o exame é altamente eficiente para detectar o Alzheimer mesmo em estágios iniciais.
Utilizando biomarcadores como a proteína tau fosforilada (p-tau217) e a relação entre as proteínas beta-amiloide 42/40 (Aβ42/40), o exame apresentou sensibilidade comparável aos “padrões ouro” internacionais.
Ainda em fase de validação clínica, o teste aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ampla utilização no sistema de saúde.
Apesar disso, os resultados são animadores e indicam um avanço promissor no diagnóstico da doença, especialmente em um país como o Brasil, onde o acesso a exames de alta complexidade ainda é limitado em várias regiões.
Diagnóstico precoce pode mudar o curso do Alzheimer
É importante mencionar que o Alzheimer é responsável por grande parte dos casos de demência no Brasil, afetando atualmente cerca de 2,71 milhões de pessoas, número que pode dobrar até 2050.
Identificar a doença antes do surgimento dos sintomas mais severos é crucial para atrasar sua progressão, melhorar a qualidade de vida dos pacientes e possibilitar intervenções precoces, incluindo o uso de medicamentos mais eficazes em estágios iniciais.
Dessa forma, o novo exame surge como uma solução prática e acessível, com potencial para aliviar a sobrecarga do sistema de saúde e otimizar o encaminhamento de pacientes. Isso porque, diferentemente dos métodos tradicionais, a análise sanguínea é menos invasiva, mais econômica e pode ser aplicada em larga escala, inclusive em consultas de atenção primária.
Vale mencionar que estudos internacionais reforçam a eficácia do p-tau217 como marcador específico para o Alzheimer, já que seus níveis aumentam significativamente apenas quando há placas amiloides no cérebro, uma das principais características da doença.
Além disso, pesquisas indicam que o biomarcador pode detectar alterações até décadas antes dos primeiros sintomas cognitivos aparecerem.
Outro detalhe importante é que a nova tecnologia pode também auxiliar no monitoramento da resposta ao tratamento, tornando-se um aliado estratégico tanto para médicos quanto para pacientes.