Pesquisadores da Coreia do Sul descobriram que mastigar madeira pode ser benéfico para o cérebro. Um estudo, divulgado em novembro do ano passado, indicou que a mastigação de abaixadores de língua médicos de madeira por apenas cinco minutos pode elevar os níveis de glutationa no cérebro.
Esse antioxidante desempenha um papel fundamental na proteção contra o estresse oxidativo, e níveis mais altos de glutationa estão associados à melhora da memória. Os achados foram publicados na revista Frontiers in Systems Neuroscience.
Mastigar madeira para a memória
O estudo envolveu 52 estudantes saudáveis de Daegu, na Coreia do Sul, divididos em dois grupos: um mastigou goma de parafina e o outro abaixadores de língua de madeira, ambos por cinco minutos, alternando 30 segundos de mastigação e 30 segundos de descanso.
Usando espectroscopia de ressonância magnética, os pesquisadores mediram os níveis de glutationa no córtex cingulado anterior, região cerebral associada à cognição. Os participantes também realizaram testes cognitivos antes e depois da atividade. Os resultados mostraram que o grupo que mastigou madeira teve aumento maior de glutationa e melhor desempenho nos testes.
Apesar dos resultados indicarem que mastigar materiais mais rígidos, como madeira, pode elevar os níveis de glutationa, os cientistas ainda não têm uma explicação definitiva para esse fenômeno. Os pesquisadores destacam que mais estudos são essenciais para validar essas descobertas e investigar os impactos dessa prática em outras áreas do cérebro. Uma possível explicação é que a mastigação pode melhorar o fluxo sanguíneo cerebral, o que, por sua vez, pode contribuir para o aumento da glutationa.
Cérebro e glutationa
Segundo a neurologista Mikaela Santos Aguiar, o fluxo sanguíneo cerebral é crucial para a saúde do cérebro, pois sua falta pode causar perda de neurônios e danos irreversíveis, como ocorre em um acidente vascular cerebral (AVC). Ela explica que a glutationa, produzida pelo organismo, desempenha um papel vital na proteção das células contra o estresse oxidativo, prevenindo o envelhecimento precoce e danos cognitivos.
Para manter os níveis de glutationa elevados, a especialista recomenda uma alimentação balanceada, rica em legumes e carnes brancas, além de atividades físicas regulares. No entanto, ela alerta que os resultados do estudo, realizado com um número reduzido de participantes, são preliminares, sendo necessário mais pesquisas com amostras maiores e por mais tempo para confirmar essas conclusões.