Após uma série de atrasos, a NASA lançou nesta quarta-feira (12) duas missões espaciais com objetivos distintos de pesquisa. A bordo do foguete Falcon 9, da SpaceX, seguiram para o espaço o telescópio Spherex e o conjunto de satélites Punch. O Spherex tem a missão de mapear o universo em mais de 100 comprimentos de onda no espectro infravermelho, enquanto o Punch estudará a coroa solar e o vento solar.
Atualmente, ambas as espaçonaves estão em órbita a cerca de 650 quilômetros da Terra, aguardando a confirmação de seus sinais. Sua trajetória síncrona ao Sol garante que o Punch possa monitorar constantemente a nossa estrela, enquanto o Spherex permanece apontado para longe dela, evitando interferências luminosas que poderiam comprometer suas observações.
Mapa do universo
O telescópio Spherex foi projetado para mapear o céu em luz infravermelha, criando um extenso banco de dados sobre a evolução das galáxias e a presença de gelo e outros compostos essenciais à vida na Via Láctea. Os cientistas acreditam que esse estudo poderá esclarecer a origem dos oceanos terrestres e aprofundar a compreensão da inflação cósmica, fase de rápida expansão que ocorreu logo após o Big Bang (criação do universo).
Utilizando espectroscopia, o Spherex analisará a luz em diferentes comprimentos de onda, revelando a composição química e a distância de diversos corpos celestes. Ao término da missão, terá registrado o céu quatro vezes, reunindo informações detalhadas sobre planetas, estrelas, cometas e galáxias.
Segunda missão
Os satélites da missão Punch terão a tarefa de investigar a transição entre a coroa solar e o vento solar, fluxo de partículas carregadas que se espalha pelo Sistema Solar. Sob a liderança do pesquisador Craig DeForest, a missão contribuirá para a previsão de fenômenos do clima espacial, como tempestades solares, que podem impactar redes elétricas e sistemas de comunicação na Terra.
Equipados com câmeras e filtros polarizadores, os satélites do Punch capturarão imagens tridimensionais da dinâmica do vento solar e das ejeções de massa coronal, permitindo um acompanhamento mais detalhado das interações entre o Sol e o espaço ao seu redor.