No coração da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no conhecido ‘Bloco M’, encontra-se um verdadeiro tesouro da zoologia com o Laboratório de Zoologia de Vertebrados, que guarda mais de mil espécies preservadas com técnicas avançadas de taxidermia e osteotécnica.
Essas peças, compostas por animais que vão desde peixes até mamíferos, são fundamentais para atividades acadêmicas, pesquisas científicas e projetos de extensão. O ambiente surpreende visitantes pela diversidade e riqueza das espécies, todas cuidadosamente conservadas.
Técnicas de preservação
A taxidermia é a técnica tradicionalmente conhecida como “empalhamento”, responsável por preservar o corpo externo dos animais de forma realista. Já a osteotécnica consiste na preparação e conservação dos esqueletos, destacando a estrutura óssea para estudo anatômico aprofundado.
Ambas as técnicas são aplicadas pelos alunos e professores da UEPG, que desenvolvem peças didáticas utilizadas em diferentes áreas do conhecimento.
Um acervo vivo
Ao adentrar o laboratório, a variedade impressiona. Entre as peças expostas estão gansos de asas abertas, peixes de grande porte, capivaras, focas, macacos e tartarugas de variados tamanhos.
Além das peças taxidermizadas, armários guardam cobras e morcegos conservados em líquidos especiais. Essa diversidade reflete a riqueza da fauna regional e global, permitindo um contato direto com animais que dificilmente seriam vistos de perto.
O Laboratório é espaço de aprendizado prático para estudantes da Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas da UEPG. Alunos como Gustavo de Oliveira Mendes, do segundo ano, participam ativamente das atividades de conservação e preparação das peças, vivenciando a teoria em contato direto com os animais.
Essa experiência reforça a compreensão da anatomia, comportamento e características específicas de cada espécie.
Projetos de extensão
Além do ensino superior, o laboratório apoia projetos de extensão como o ‘Zoologia em Foco’ e ‘Visitando a Biologia’, que promovem a disseminação do conhecimento para estudantes da educação infantil ao ensino médio.
Parcerias com a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa e o Instituto Água e Terra do Paraná ampliam o alcance dessas ações, contribuindo para a conscientização ambiental e preservação da biodiversidade.
Pesquisas em comportamento animal, clínica médica de animais silvestres e o estudo de espécies exóticas invasoras são desenvolvidas, muitas vezes em colaboração com laboratórios de Genética e Parasitologia.
Destacam-se ainda os estudos com saguis e tartarugas tigre d’água, que contribuem para a proteção e manejo dessas espécies.
História e evolução do laboratório
Fundado na década de 1990 pela professora Ana Maria Geal, o laboratório passou por um processo de revitalização a partir de 2011, sob coordenação do professor Denilton Vidolin.
Foram restauradas peças antigas e aprimoradas as técnicas de conservação, transformando o espaço em referência para o ensino e a pesquisa em zoologia na região.
Com um acervo rico e diversificado, aliado à dedicação de professores e alunos, ele contribui significativamente para a formação acadêmica e o desenvolvimento científico, além de promover a conscientização da comunidade sobre a importância da biodiversidade e do respeito aos animais.