O aumento de diagnósticos de câncer em adultos jovens tem se tornado mais comum. Segundo especialistas, esse fenômeno resulta de uma série de fatores, incluindo o ambiente, comportamentos de risco, predisposição genética e questões imunológicas.
Fábio Fortunato, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), destaca que o sedentarismo, uma alimentação pouco saudável, o excesso de peso e o consumo de álcool estão diretamente ligados ao desenvolvimento de mais de dez tipos, como os de mama, colorretal e estômago.
Além disso, infecções virais, como HPV, HIV e hepatites, podem contribuir para o aparecimento de cânceres em jovens, principalmente quando combinadas com outros fatores de risco.

Câncer em jovens
Estudos recentes revelam um aumento global de 79% na incidência de cânceres precoces em adultos abaixo dos 50 anos, entre 1990 e 2019. Pesquisas publicadas no BMJ Oncology e no The Lancet Public Health indicam que as taxas da doença têm subido principalmente entre as gerações mais jovens, como os millennials nos Estados Unidos.
A obesidade está relacionada a um risco maior devido à inflamação e desregulação hormonal, sendo que, nos EUA, 10 dos 17 tipos em ascensão entre jovens estão associados ao sobrepeso, incluindo os de rim e pâncreas. Além disso, fatores como exposição à luz artificial, trabalho noturno e até microplásticos estão sendo estudados como possíveis contribuintes para o aumento dos casos precoces.
Mudanças nas características das gerações, como o aumento da altura, também podem estar relacionadas, uma vez que mais células e maior exposição ao hormônio de crescimento podem gerar mais mutações. Embora esses fatores ainda não tenham sido amplamente testados em ensaios clínicos, cientistas acreditam que os cânceres precoces têm múltiplas causas, tornando difícil uma identificação clara de suas origens.