O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, com base no Censo Demográfico de 2022, um amplo panorama sobre a distribuição religiosa no país, destacando a cidade mais católica e a mais evangélica.
Os dados revelam não apenas o avanço e recuo de diferentes crenças entre a população brasileira, mas também indicam quais cidades se destacam como redutos do catolicismo e do evangelismo.
De acordo com o levantamento, enquanto um município nordestino lidera com a maior proporção de católicos entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, o extremo oposto é verificado no Sul, onde está localizada a cidade com o maior percentual de evangélicos.
IBGE aponta que cidade mais católica do Brasil fica no Nordeste
Localizada no interior do Ceará, na região do Cariri, a cidade do Crato ocupa o primeiro lugar em presença católica entre os grandes municípios brasileiros. No Crato, 80,9% dos moradores se identificam como católicos, um índice que a coloca no topo do ranking nacional.
A cidade preserva forte tradição religiosa, com festas, rituais e práticas populares ligadas à fé católica que atravessam gerações e continuam muito presentes no cotidiano da população.
Na outra ponta, no que diz respeito ao crescimento do movimento evangélico, a liderança está com o município de Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul.
Lá, 41,3% da população declarou seguir alguma vertente evangélica, índice que supera qualquer outro registrado entre cidades com mais de 100 mil habitantes.
Esse dado reflete uma tendência observada em diversas regiões brasileiras, especialmente no Sul e Centro-Oeste, onde os evangélicos vêm ganhando espaço de forma consistente.
Cidades católicas ainda são maioria, mas evangélicos cresceram
Em escala nacional, o Censo mostrou que 56,7% dos brasileiros se declararam católicos em 2022 — o número mais baixo já registrado desde o início da série histórica, em 1872, quando o catolicismo era praticamente unânime no país, com 99,7% de adesão.
Paralelamente, os evangélicos representam agora 26,9% da população, uma marca recorde que reforça a expansão constante desse grupo nas últimas décadas, mas menor do que esperavam os especialistas.
A pesquisa também indica mudanças no perfil demográfico: os evangélicos são mais numerosos entre os jovens, especialmente entre 10 e 19 anos.
Enquanto isso, crescem os brasileiros que afirmam não ter religião, já somando 9,3%, e observam-se alterações menores em outras crenças, como o espiritismo e religiões de matriz africana.
Com essas revelações, o IBGE aponta transformações profundas na fé dos brasileiros — tanto em escala local quanto nacional.