É comum afirmar que dinossauros e galinhas têm uma relação de parentesco estreita, segundo o diagrama filogenético da evolução. Contudo, essa ligação é frequentemente mal compreendida. Embora ambas as espécies compartilhem um ancestral comum, as aves não são exatamente “primas” dos dinossauros.
De acordo com Rafael Delcourt, biólogo e especialista em dinossauros, em entrevista ao Vida de Bicho, as aves são, na verdade, dinossauros que conseguiram sobreviver à extinção em massa. Em outras palavras, galinhas e outras aves fazem parte de uma linhagem de dinossauros que se desenvolveu ao longo do tempo, evoluindo até os animais que conhecemos hoje.
Galinha e T. rex: parentesco distante
Abordagens científicas modernas, como a análise de colágeno extraído de ossos de dinossauros, têm ajudado a reforçar essa conexão. Em 2007, o professor John M. Asara, da Universidade de Harvard, publicou um estudo revelando que a sequência proteica nos ossos de T. rex é surpreendentemente semelhante à encontrada nas galinhas.
Isso ocorre porque, ao longo do processo evolutivo, dinossauros carnívoros compartilham um ancestral comum com as aves. Essa ligação é reforçada por semelhanças anatômicas, como a presença de protopenas, um esqueleto pneumático, sacos aéreos e o bipedalismo, uma característica relativamente rara no reino animal.
Conexão dinossauros e aves
Os pesquisadores empregam diversas técnicas para investigar a relação entre dinossauros e aves. Uma dessas abordagens é a anatomia comparada, que examina os ossos e a estrutura óssea de ambos os grupos para identificar suas semelhanças.
As penas nos dinossauros, inicialmente, não serviam para o voo, mas sim para ajudar na regulação da temperatura do corpo. Com o tempo, algumas dessas características físicas passaram por modificações, e as penas se adaptaram para o voo, o que favoreceu a seleção natural. Esse processo evolutivo foi gradual, com mutações aleatórias e mudanças no organismo ao longo das gerações.
Essas descobertas não apenas aprofundam nosso conhecimento sobre a evolução dos dinossauros e das aves, mas também abrem novas possibilidades para pesquisas em campos como a biomedicina e o estudo da evolução de doenças. Além disso, elas proporcionam uma compreensão mais clara do processo evolutivo e das relações entre diversas espécies ao longo da história da vida na Terra.