Recentemente, moradores e turistas que frequentam a Praia do Boqueirão, na Praia Grande, foram surpreendidos por uma situação preocupante com uma poça de água suja se formou ao longo da faixa de areia, tomando parte do local e gerando desconfiança e receitas em relação à sua qualidade.
A água acumulada parece ser insalubre, e embora algumas pessoas vejam a formação como uma curiosa “lagoa” urbana, há um clima de preocupação crescente com a saúde pública.
Levi Mauricio Faria, um morador local de 60 anos, registrou em vídeo a cena inusitada: banhistas e até crianças se divertindo em meio à poça de água aparentemente contaminada. Ele relatou, com uma pitada de ironia, que o novo “atrativo” da praia era o lago improvisado formado pela água que transbordava de um canal.
Faria ressaltou que, apesar de muitas pessoas perceberem a água suja, principalmente os adultos, as crianças brincam como se fosse uma atração natural do mar. Para ele, o quadro representa um risco para a saúde, especialmente considerando o histórico recente de surtos de viroses na região.
Crescimento da poça e a preocupação com a Saúde
A água suja se acumula há quase 30 dias no local e, segundo Faria, sua extensão só aumenta a cada dia. O morador, que vive em um prédio de frente para o ponto crítico, relata que é possível perceber a poluição pela própria cor da água, ainda mais com a proximidade da área onde a água do canal se conecta com o mar.
Além da aparência imprópria para os banhistas, ele teme que o acúmulo de água causa mais problemas de saúde pública, especialmente em um período em que a Baixada Santista registrou milhares de casos de viroses desde janeiro.
Intervenção municipal e as limitações da solução
Apesar da situação alarmante, a Prefeitura de Praia Grande se manifestou explicando que a água acumulada faz parte de um sistema de drenagem utilizado para evitar alagamentos nas ruas. Esse sistema de captação de águas pluviais se vê, no entanto, comprometido pela lentidão do escoamento devido às marés.
A administração municipal informou que realiza o nivelamento da areia constantemente, mas que o fenômeno pode se repetir a cada nova chuva forte, quando o curso d’água se abre novamente.
A Prefeitura também afirmou que o excesso de água é lançado no mar para evitar transbordamentos nas vias públicas, sendo essa uma prática comum durante períodos de chuva intensa. No entanto, a eficácia dessa solução parece estar aquém das expectativas, já que a água se acumula cada vez mais e não há uma resposta definitiva para resolver o problema de forma permanente.
Embora o sistema de condução tenha a função de aliviar os problemas de alagamento, ele não resolve o impacto visual e, mais importante, ambiental que a formação do “lago” provoca. A imagem de uma praia tomada por uma água suja e estagnada desafia o conceito de lazer e saúde pública em um turismo local. Para os moradores, a falta de uma intervenção mais eficaz por parte das autoridades é frustrante, visto que o problema persiste e parece aumentar com o passar do tempo.
Futuro da Praia do Boqueirão
A situação que se arrasta por quase um mês levanta questões sobre a eficácia do planejamento urbano e de infraestrutura da cidade para lidar com questões ambientais urgentes. Mesmo com o esforço da Prefeitura para controlar a formação da poça, o aumento do tamanho da área afetada é um sinal de que soluções temporárias não são suficientes.
A cidade precisa urgentemente de uma abordagem mais eficaz e sustentável para resolver o problema de direção e evitar a repetição desse cenário a cada nova chuva forte.
A “lagoa” que apareceu na Praia do Boqueirão não é apenas uma curiosidade para turistas e moradores; ela é um reflexo de falhas nos sistemas de distribuição urbana que afetam diretamente a qualidade de vida e a saúde da população. O medo de novas contaminações por virose e o impacto na imagem da praia são questões que exigem uma ação mais rápida e eficiente das autoridades competentes.