Em 4 de fevereiro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu uma ordem executiva que encerra a participação dos EUA no Conselho de Direitos Humanos da ONU, composto por 47 membros responsáveis pela análise das condições de direitos humanos em vários países. Além disso, a ordem executiva mantém a suspensão do repasse de recursos para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA).
A ordem executiva também determina uma revisão da participação dos EUA na Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), dando continuidade à estratégia de afastamento de determinadas instituições internacionais. A medida de Trump reflete uma alegada presença de “preconceito antiamericano” nas agências da ONU, conforme apontado pelo assessor da Casa Branca, Will Scharf.
EUA fora da ONU
Embora Trump tenha retirado os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos em 2018, durante seu primeiro mandato, a decisão atual reforça o afastamento, especialmente após o governo Biden optar por não renovar o assento dos EUA em 2021, com o mandato encerrando-se em dezembro de 2024. Contudo, os EUA ainda possuem o status de observador informal na ONU, garantindo-lhes um assento na câmara do conselho.
A administração Trump tem sido uma crítica constante da gestão da ONU, destacando as disparidades no financiamento entre os membros, com os Estados Unidos fazendo contribuições consideráveis em comparação com outros países. Trump também afirmou que a ONU “não está sendo bem administrada” e sugeriu que o financiamento fosse distribuído de maneira mais equitativa.
Essas ações fazem parte de uma estratégia mais ampla de Trump na política externa, caracterizada por seu distanciamento de acordos e organizações internacionais, como o Acordo Climático de Paris e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Assistência aos refugiados
A UNRWA, que oferece ajuda a mais de 1,9 milhão de palestinos deslocados pela guerra na Faixa de Gaza, tem enfrentado críticas tanto de Israel quanto dos EUA. A principal acusação, relacionada ao suposto envolvimento de funcionários da agência com o grupo terrorista Hamas, levou os Estados Unidos a suspender o financiamento em 2024. No entanto, as investigações não confirmaram essas alegações.
Enquanto outros países doadores decidiram retomar seu apoio, os EUA mantêm sua decisão de suspender os fundos, aguardando garantias de que a UNRWA assegure a neutralidade e imparcialidade essenciais para suas operações humanitárias.