Um estudo publicado na Ciência Rural no dia 16 de maio expôs um alerta sanitário que coloca em evidência dois dos alimentos mais consumidos no Brasil: a carne de frango e os queijos.
Vale mencionar que a pesquisa, conduzida por especialistas da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ceres (GO), identificou a presença da bactéria Listeria monocytogenes em 7,3% das 248 amostras analisadas.
Outro detalhe muito importante vai para a contaminação alarmante de 84% das amostras de carne mecanicamente separada de frango.
Foram coletadas amostras em sete estados brasileiros, incluindo carnes, laticínios e até equipamentos industriais, estes últimos, surpreendentemente, não apresentaram traços da bactéria.
A detecção foi realizada por métodos laboratoriais avançados como Real-Time PCR e o ensaio automatizado VIDAS LMO 2. Os resultados reforçam a urgência de revisão nos critérios de fiscalização de produtos de origem animal, sobretudo ultraprocessados, já que a legislação atual foca apenas em alimentos prontos para o consumo imediato.
Queijos e frangos e seus perigos
A Listeria monocytogenes, encontrada em queijos e carnes, é a causadora da listeriose, infecção rara, mas potencialmente fatal, sobretudo para gestantes, idosos e pessoas com imunidade comprometida. É importante mencionar que essa bactéria pode sobreviver mesmo sob refrigeração, o que aumenta o risco de consumo inadvertido.
Além da Listeria, outras bactérias como Salmonella e Campylobacter frequentemente contaminam frangos, especialmente crus.
Vale mencionar que lavar o frango antes do cozimento não elimina os microrganismos e, na verdade, pode espalhá-los pela cozinha, elevando o risco de contaminação cruzada. O cozimento completo, a temperaturas acima de 74°C, é a medida mais eficaz para garantir a segurança alimentar.
O papel do consumidor
Outro detalhe importante é que sintomas de infecções como a salmonelose incluem diarreia, febre e vômitos, podendo levar à desidratação, especialmente em grupos vulneráveis. Com isso, manter boas práticas de higiene e preparo é fundamental.
Dessa forma, o estudo reforça a necessidade de ampliar o escopo da fiscalização microbiológica no Brasil. Produtos como embutidos, por exemplo, ainda não estão incluídos nas exigências atuais.
A expectativa da comunidade científica é que os dados sirvam de base para políticas públicas mais eficazes. Para informações atualizadas sobre segurança alimentar, é possível consultar o Ministério da Saúde.