O estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, levou a expressão “você é o que você come” ao pé da letra. A pesquisa avaliou 5.853 alimentos presentes na dieta americana, buscando quantificar seus efeitos tanto na saúde quanto no meio ambiente.
Os pesquisadores utilizaram um índice derivado do GBD (Global Burden Disease) para analisar as doenças relacionadas à alimentação e calcular o impacto de cada alimento na expectativa de vida, determinando quantos minutos poderiam ser ganhos ou perdidos com o consumo. O estudo também considerou aspectos ambientais, como desperdício, uso de recursos hídricos e a poluição gerada na produção dos alimentos.
Refri tira minutos da vida
A partir dessas informações, os alimentos foram organizados em três grupos, seguindo um sistema de cores semelhante ao de um semáforo: verde para os mais benéficos à saúde, amarelo para os de impacto neutro e vermelho para aqueles que representam riscos. Dentro da categoria vermelha, as carnes processadas, como salsicha, bacon e presunto, se destacaram como as mais prejudiciais, podendo reduzir até 45 minutos de vida para cada grama consumida.
Por exemplo, ingerir um cachorro-quente pode reduzir a expectativa de vida saudável em 36 minutos, enquanto um refrigerante diet pode levar a uma perda de 12 minutos. No entanto, especialistas alertam que esses números não devem ser tomados de maneira absoluta, pois diversos fatores influenciam a saúde além da alimentação.
Outros pontos do estudo
A nutróloga Marcella Garcez explicou ao Viva Bem (UOL) que uma dieta desequilibrada pode contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas, como obesidade e diabetes. No entanto, isso não significa que cada lanche consumido resultará em uma perda exata de minutos de vida.
O estudo também indica que optar por uma alimentação mais equilibrada pode ajudar a minimizar os impactos negativos. Reduzir em 10% o consumo diário de carne vermelha e embutidos e substituí-los por frutas, legumes, verduras e certos frutos do mar pode resultar em um ganho de até 48 minutos de vida saudável.
Os alimentos da categoria amarela, como os laticínios, não demonstram impactos expressivos, sejam eles benéficos ou prejudiciais. Por outro lado, peixes com alto teor de ômega 3 se destacam pelos efeitos positivos na saúde do coração e do cérebro.
No entanto, os pesquisadores ressaltam que o estudo não leva em conta o histórico de saúde de cada indivíduo, oferecendo apenas uma visão ampla sobre como a alimentação pode influenciar o organismo e o meio ambiente.