O Brasil ainda mantém uma imagem positiva no exterior como um país receptivo, amigável e com grande potencial para o turismo. No entanto, apresenta fragilidades em áreas estratégicas como inovação, sustentabilidade e projeção internacional. Esse panorama foi traçado pela pesquisa “O Brasil que o Brasil quer ser”, solicitada pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, ligado à Presidência da República.
Divulgado no fim de março, o levantamento teve como objetivo captar a percepção sobre o país tanto de estrangeiros quanto de cidadãos brasileiros que vivem fora do país. A proposta parte da ideia de que a reputação de uma nação — isto é, como ela é coletivamente enxergada — influencia não apenas sua capacidade de atuação no cenário global, mas também a forma como seu próprio povo se reconhece e se projeta.
Brasil para o exterior
- Posição nos rankings internacionais: Ocupa a 27ª posição no ranking Ipsos NBI 2023. Está em 28º lugar no levantamento Best Countries BAV. Fica à frente de outros países latino-americanos e dos BRICS. Ainda está atrás de potências tradicionais da Europa e América do Norte
- Percepções associadas: É o país mais associado à diversão no mundo. Perde protagonismo em confiabilidade, inovação e propósito social. Países como Suíça, Japão e Nova Zelândia lideram nesses aspectos
- Imagem brasileira: Hospitalidade do povo é amplamente reconhecida. Amazônia é vista como símbolo de biodiversidade e aventura. Patrimônio cultural é valorizado, com destaque para Salvador e as culturas indígenas. Se destaca na categoria “Aventura”, relacionada ao turismo e lazer
Outro lado
Embora o Brasil seja valorizado por suas qualidades naturais e pelo ambiente acolhedor, o estudo revela que sua imagem no exterior ainda está fortemente atrelada a estereótipos. A ênfase em lazer e paisagens ofusca questões essenciais como inovação, segurança e direitos humanos, que seguem com pouca visibilidade.
Para ampliar essa percepção, especialistas recomendam o fortalecimento de políticas públicas voltadas à inclusão social, ao desenvolvimento sustentável e à estabilidade institucional. Também destacam a importância de uma comunicação estratégica mais consistente, que evidencie os avanços já alcançados e reposicione o paíscomo um ator relevante em áreas mais amplas do cenário global.