O Relatório Mundial da Felicidade 2025, publicado na última semana, trouxe novos insights sobre a relação entre confiança e bem-estar. Conduzido pelo Centro de Pesquisa em Bem-Estar da Universidade de Oxford, o estudo investigou a percepção das pessoas sobre a honestidade alheia por meio de um experimento inusitado: carteiras foram propositalmente “perdidas” para avaliar a frequência com que seriam devolvidas e comparar esse número com as expectativas dos participantes.
O resultado foi surpreendente—o índice de devolução foi quase o dobro do que se previa, sugerindo que subestimamos a bondade dos desconhecidos. Para John F. Helliwell, economista da Universidade de British Columbia e editor do relatório, os dados reforçam que “as pessoas são mais felizes vivendo em comunidades onde acreditam que há um senso de cuidado mútuo”.
Índice de felicidade
O estudo também avaliou a felicidade global a partir da percepção dos próprios habitantes sobre suas vidas, atribuindo notas de 0 a 10. Pelo oitavo ano consecutivo, a Finlândia manteve-se no topo do ranking como o país mais feliz do mundo. Já México e Costa Rica alcançaram, pela primeira vez, um lugar entre os 10 primeiros.
Por outro lado, Estados Unidos e Reino Unido sofreram quedas e agora ocupam as posições 24 e 23, respectivamente. Na América do Sul, o Brasil avançou oito posições em relação ao ano anterior, alcançando o 36º lugar, ficando atrás apenas do Uruguai, que aparece na 29ª posição.
Bem-estar social
O relatório também destacou tendências relevantes sobre o bem-estar. Compartilhar refeições com frequência mostrou-se fortemente ligado à felicidade, assim como o tamanho do núcleo familiar. Em países como México e diversas partes da Europa, quatro em cada cinco pessoas que vivem acompanhadas relataram maior satisfação com a vida.
Jeffrey D. Sachs, presidente da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, enfatizou que “a felicidade tem suas raízes na confiança, na gentileza e nas relações sociais“. Já Jan-Emmanuel De Neve, diretor do Centro de Pesquisa em Bem-Estar de Oxford, ressaltou a importância de aproximar as pessoas, especialmente em tempos de polarização e isolamento, para promover o bem-estar coletivo.