A eritrosina, também conhecida como corante vermelho nº 3, é uma substância amplamente utilizada na indústria alimentícia e farmacêutica, responsável por dar uma coloração vibrante a diversos produtos.
Contudo, um recente movimento de revisão nos Estados Unidos trouxe à tona sérias preocupações sobre a segurança dessa substância, principalmente em relação ao seu potencial cancerígeno. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está agora avaliando novas informações científicas sobre a eritrosina para decidir se será necessário reavaliar seu uso no Brasil.
A eritrosina é um corante artificial de cor vermelha, amplamente utilizado em alimentos como bolos, doces, refrigerantes e até alimentos congelados. Ela também é encontrada em medicamentos de administração oral e em alguns cosméticos, embora seu uso nestes últimos já tenha sido proibido nos Estados Unidos. A substância é fabricada a partir do petróleo e, devido ao seu intenso tom vermelho, é bastante popular na indústria alimentícia e farmacêutica.
Proibição nos Estados Unidos
A decisão da FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) de proibir a eritrosina no país foi tomada após a apresentação de uma petição por entidades de saúde, que apontaram os riscos relacionados ao corante.
Estudo realizado com ratos sugeriu que a eritrosina poderia estar associada ao desenvolvimento de câncer, o que levou à retirada da substância em diversos produtos alimentícios. Países como Austrália, Japão e membros da União Europeia já adotaram medidas semelhantes.
O que a Anvisa diz sobre a Eritrosina no Brasil?
Em resposta ao movimento internacional, a Anvisa, agência responsável pela regulação de alimentos, medicamentos e produtos de saúde no Brasil, afirmou que, até o momento, as evidências científicas disponíveis não levantam preocupações sérias sobre a segurança do consumo de eritrosina.
Segundo a agência, com base nos estudos atuais e nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o uso do corante segue autorizado no país.
Contudo, a Anvisa destacou que está acompanhando atentamente as novas informações científicas e que pode verificar as autorizações de uso caso surjam novos estudos ou evidências que indiquem riscos à saúde pública.
Histórico da Eritrosina e pesquisas científicas
O corante vermelho nº 3 foi aprovado para uso nos Estados Unidos desde 1907, mas as pesquisas sobre seus efeitos adversos ganharam atenção nas últimas décadas. Alguns estudos realizados em camundongos apontaram traumas e efeitos negativos associados à ingestão da substância. Embora esses resultados não tenham sido suficientes para a prescrição de uma prescrição imediata, eles desenvolveram-se para uma inquietação crescente sobre os possíveis riscos à saúde.
Além disso, em 2018, um comitê internacional de especialistas revisou o uso da eritrosina e concluiu que a exposição dietética à substância não representa risco significativo para a saúde humana. Contudo, esta análise foi feita com base em estudos anteriores e pode não refletir as novas evidências que estão surgindo, o que justifica a avaliação em andamento.
Impacto da decisão nos Estados Unidos para o Brasil
Embora a FDA tenha decidido restringir o uso da eritrosina, a Anvisa ainda não tomou medidas drásticas em relação ao corante no Brasil. A agência brasileira afirmou que a decisão dos Estados Unidos, por si só, não é suficiente para alterar a regulação no país, uma vez que não foram apresentadas novas evidências científicas que justifiquem uma mudança imediata.
No entanto, a Anvisa segue comprometida em proteger a saúde dos consumidores brasileiros e afirmou que pode implementar restrições ou até mesmo proibir o uso da eritrosina caso novas informações científicas indiquem que a substância oferece riscos à saúde.
Uso da Eritrosina na indústria de alimentos e medicamentos
A eritrosina continua sendo amplamente utilizada na indústria alimentícia no Brasil. Ela é frequentemente encontrada em produtos como bolos, doces e guloseimas, proporcionando uma cor vibrante e atraente. Além disso, a substância é permitida em medicamentos de administração oral, como xaropes e comprimidos, desde que sigam as diretrizes da Anvisa e por comitês de especialistas.
Vale ressaltar que, apesar da liberação do uso da eritrosina, a Anvisa continua monitorando sua segurança, e qualquer nova evidência científica que possa levar a revisões nas permissões de uso.