Com os juros em alta e a inflação sob controle, o consórcio tem ganhado destaque como uma alternativa planejada para quem deseja formar patrimônio. Diferente dos financiamentos, essa modalidade não cobra juros, apenas uma taxa de administração — geralmente entre 12% e 20% do valor da carta de crédito — diluída ao longo do contrato.
A atratividade aumenta em um cenário em que a Selic está em 12,25% ao ano, com projeções de alta para até 14,25% ainda no primeiro semestre de 2025. Nesse contexto, muitos brasileiros veem no consórcio uma forma de adquirir bens, como imóveis e veículos, sem comprometer o orçamento com dívidas onerosas.
Os números reforçam essa tendência: segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o setor movimentou mais de R$ 342,5 bilhões em 2024 e atingiu 10,93 milhões de participantes ativos. Para 2025, a expectativa é superar 11 milhões de consorciados, consolidando o consórcio como uma estratégia sólida de planejamento financeiro.
Patrimônio via consórcio
A possibilidade de planejamento e o uso flexível dos recursos são aspectos que reforçam a atratividade do consórcio. A carta de crédito, por exemplo, pode ser aplicada de forma estratégica na aquisição de imóveis para aluguel, ajudando na geração de renda passiva e na ampliação dos investimentos do comprador.
Na visão do educador financeiro Fabrício Stefani Peruzzo — conhecido como “Papai Investidor” nas redes sociais —, em entrevista ao portal Terra, o consórcio pode ser uma ferramenta eficiente de construção de patrimônio, desde que seja usado com conhecimento e disciplina. Para ele, mais do que uma simples alternativa de parcelamento, essa modalidade representa uma maneira estruturada de organizar as finanças e impulsionar o crescimento patrimonial ao longo do tempo.
Pontos de atenção
Apesar das vantagens, o consórcio precisa ser bem compreendido. Especialistas, como Alex Nery, professor da FIA Business School, alertam que ele não é um investimento tradicional, já que não gera retorno direto. “É uma poupança forçada, que pode ser útil dependendo dos objetivos do investidor”, afirmou em entrevista à B3.
Também é importante considerar que a contemplação pode demorar. Quem busca, por exemplo, comprar um imóvel, pode ter que arcar com o consórcio e o aluguel ao mesmo tempo por um período. Ainda assim, para quem quer evitar juros altos e tem metas claras, o consórcio pode ser uma escolha acertada. Com planejamento, é uma das formas mais seguras de construir patrimônio no país.