Recentemente, um diamante de 646,78 quilates foi encontrado na região do Alto Paranaíba, em Coromandel, Minas Gerais. Esse achado é o segundo maior diamante já registrado no Brasil, ficando atrás apenas do famoso diamante Getúlio Vargas, com 727 quilates.
A pedra preciosa gerou grande expectativa no mercado mineral e na comunidade científica brasileira, devido ao seu tamanho e potencial valor estimado em R$ 16 milhões.
Certificação de Kimberley
Antes que o diamante possa ser comercializado ou lapidado, ele precisa passar pela chamada Certificação de Kimberley.
Criado em 2003, esse certificado internacional garante que o diamante não foi extraído em áreas de conflito ou em condições ilegais, como zonas de guerra ou regiões com abusos de direitos humanos, conhecidos popularmente como “diamantes de sangue”.
No Brasil, a Agência Nacional de Mineração (ANM) exige que o produtor ou comerciante comprove a origem da pedra com este certificado, que valida a legalidade da extração e o licenciamento ambiental da área.
Além disso, a emissão do certificado assegura que o diamante seja rastreável em todas as etapas da comercialização, até o comprador final.
Como o diamante se formou?
A formação desse diamante tem origem em processos geológicos que datam de milhões de anos. Ele provém de kimberlitos, um tipo raro de rocha vulcânica que se forma por resfriamento lento do magma no interior da Terra.
Essas rochas se rompem ao longo do tempo, liberando os diamantes, que são transportados para paleocanais, antigos leitos fluviais subterrâneos que acumulam esses minerais preciosos. Coromandel é especialmente rico nesse tipo de depósito, o que o torna uma região de destaque para mineração de gemas.
Impactos da lapidação na cor da pedra
O processo de lapidação pode influenciar diretamente a cor do diamante. Embora a composição básica do diamante seja carbono puro, é comum que eles apresentem impurezas químicas, como nitrogênio, que podem deixar a pedra amarelada ou amarronzada, diminuindo seu valor.
Além disso, muitos diamantes apresentam uma camada superficial que pode alterar sua cor aparente. Quando essa camada é removida na lapidação, a pedra pode mudar de tonalidade, o que pode surpreender compradores despreparados.
Por isso, exames detalhados, como análises microscópicas e de fluorescência, são essenciais para uma avaliação precisa.
Fatores que determinam o valor de um diamante
O valor do diamante é calculado com base em quatro fatores principais:
- Peso (quilates): Quanto maior o quilate, maior o valor potencial.
- Pureza: A ausência de impurezas e inclusões torna o diamante mais valioso.
- Cor: Diamantes mais transparentes e com cores raras podem alcançar preços exorbitantes.
- Fluorescência: A presença ou ausência de fluorescência pode afetar o valor, já que diamantes com menor fluorescência tendem a ser mais caros.
No caso do diamante de Coromandel, apesar de seu tamanho impressionante, a presença comum de nitrogênio e outras impurezas pode reduzir sua avaliação comparada a pedras mais puras.
Agência Nacional de Mineração (ANM)
A ANM é a responsável pela regulamentação do setor e pelo controle do processo de certificação dos diamantes. A agência exige o cadastro formal do garimpeiro e fiscaliza rigorosamente toda a cadeia produtiva do diamante, garantindo transparência e legalidade.
Após a certificação, todas as alfândegas que o diamante atravessar durante sua comercialização são notificadas, assegurando que não haja desvios ilegais.
Para os especialistas, a descoberta é um marco histórico, mas também um lembrete da necessidade de processos transparentes e sustentáveis na exploração mineral, valorizando o patrimônio natural brasileiro.