De acordo com informações apuradas pelo Estadão, o Ministério da Educação (MEC) está promovendo mudanças na forma de avaliação dos cursos da área da saúde, incluindo a medicina. A principal alteração visa permitir uma análise mais aprofundada da formação prática dos estudantes, com o objetivo de tornar o processo avaliativo mais rigoroso, especialmente no que diz respeito às habilidades adquiridas durante o curso.
O Inep, responsável pelas avaliações, informou que os documentos do novo modelo estão em revisão. A principal mudança será a avaliação mais detalhada da prática médica, com foco nos três níveis de atenção à saúde: primário (postos de saúde), secundário (ambulatórios e maternidades) e terciário (hospitais).
Mudança nos cursos de medicina
A proposta é analisar como os alunos se desenvolvem nos ambientes práticos sob a supervisão dos docentes. A avaliação será mais rigorosa quanto à supervisão, considerando o número de professores responsáveis por cada aluno em atividades práticas. Também será verificado em que estágio os estudantes começam a ter contato com hospitais e postos de saúde e se experienciam todas as áreas da Medicina durante a formação.
Atualmente, as avaliações in loco feitas pelo Inep são genéricas, sem distinção entre as áreas do conhecimento, sendo aplicadas igualmente a cursos como Direito, Engenharia e Medicina, apesar das diferenças em seus currículos.
As visitas se limitam a verificar se as faculdades têm convênios com o SUS, sem analisar como esses convênios são executados. A nova proposta do MEC visa tornar a avaliação mais específica e eficiente, ajustando os critérios de acordo com as particularidades de cada área.
Avaliação do MEC
O MEC planeja um novo sistema de avaliação que considere as especificidades de cada área do conhecimento, como Saúde, Educação e Engenharia, com novos indicadores previstos para o final do ano. O objetivo é melhorar a qualidade dos cursos, especialmente em áreas como Medicina, que enfrentam críticas pela falta de estrutura para práticas.
Além disso, o Inep realiza cerca de 10 mil visitas anuais para avaliar cursos e instituições, mas o aumento de cursos tem sobrecarregado o sistema de avaliação, dificultando a renovação de reconhecimento de cursos. A reformulação das avaliações busca tornar o processo mais ágil e eficiente.