A Polícia Federal desmontou nesta semana uma organização criminosa especializada em espionagem e assassinatos por encomenda de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e outras autoridades, que operava sob o disfarce de uma suposta “caça a inimigos do Brasil”.
As investigações revelaram que o grupo agia de maneira estruturada, com operações de monitoramento e execução contra autoridades públicas. Entre os alvos estavam ministros da Suprema Corte, cuja eliminação poderia custar até R$ 250 mil.
Criminosos ganhavam R$ 250 mil para assassinar ministros do STF
O caso de compra de espionagem de ministros do STF veio à tona durante a apuração do homicídio do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em Cuiabá. A análise do celular da vítima foi o estopim que levou os agentes federais a uma rede muito maior e mais perigosa.
Nos aparelhos, além de pistas sobre a disputa fundiária que motivou a execução do advogado, os investigadores encontraram indícios de um esquema envolvendo venda de decisões judiciais e uma planilha de espionagem.
Nela, o grupo estipulava valores para espionar ou eliminar figuras públicas: R$ 100 mil por deputados, R$ 150 mil por senadores e R$ 250 mil por ministros do STF.
Cidadãos comuns, conforme a tabela, poderiam ser alvo por quantias inferiores.
A quadrilha, formada em grande parte por militares da ativa e da reserva, utilizava uma variedade de recursos para seguir e vigiar seus alvos: desde drones até prostitutas e disfarces.
Os criminosos operavam com armas de alto calibre, incluindo fuzis com silenciadores, pistolas, explosivos, equipamentos de rastreamento e até um lançador de granadas capaz de destruir veículos blindados.
Também mantinham carros com placas frias, imóveis alugados para ações clandestinas e comunicação via satélite, dificultando o rastreamento de suas movimentações.
Operação da PF desarticulou grupo que cobrava por espionagem ou assassinato de ministros do STF e outras autoridades
A operação da Polícia Federal foi deflagrada na quarta-feira (28) e resultou na prisão de cinco integrantes do grupo, incluindo um coronel e um produtor rural acusado de ser o mandante do assassinato que deu início à investigação.
Outros suspeitos foram submetidos a medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e apreensão de passaportes.
O grupo se autodenominava “Comando C4” — sigla para “Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos” — e seus integrantes demonstravam organização paramilitar.
A amplitude das ações do grupo e seu arsenal chamaram a atenção das autoridades, que agora aprofundam as investigações para identificar eventuais conexões políticas e novos envolvidos.